No júri popular que está sendo realizado desde a manhã de hoje no 2º Tribunal do Júri da Comarca da Capital, o assassino confesso do taxista Paulo Damião afirmou que agiu em legítima defesa. Gustavo Teixeira Correia declarou à juíza Aylzia Fabiana Borges Carrilho que quando desceu do carro de aplicativo e discutiu com a vítima, Paulo teria colocado a mão entre os bancos da frente do carro e ele pensou que seria para pegar uma arma. “Ele estava protegido no carro e eu estava a pé. Ele não ia pegar flores para mim. Então, eu peguei minha arma e tentei acertar o braço dele”, disse.
Apesar disso, ao todo, a vítima foi atingida por seis disparos.
Gustavo afirmou que Paulo Damião o xingou, mas ao mesmo tempo ele acrescentou que não se recordava do diálogo que travou com a vítima. Ao ser questionado pela juíza como afirmava ter sido xingado, se dizia não lembrar do teor do que disse e ouviu do taxista, ele retrucou: “Ele estava xingando porque estava exaltado. Mas, ao mesmo tempo eu não distingui o que ele dizia”.
O crime aconteceu por volta das 17h20 de 15 de fevereiro de 2019, quando Gustavo chegava de Uber perto de casa, nas imediações do Supermercado Bemais no Bessa. Paulo Damião manobrava seu táxi em frente ao veículo onde Gustavo estava. O réu estava armado naquele momento, mas alegou que a havia comprado naquele dia para “proteger” sua família.
“Eu desci do carro para pedir passagem, para amenizar a situação. Eu ia avisar que morava ali perto e queria passar. Mas ele me chamou de safado e eu disse que era ele. Em momento algum eu pensei em matar alguém”, alegou Gustavo Correia.
Gustavo é réu por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e sem possibilidade de defesa da vítima. Ele também vai ser julgado por porte ilegal de arma.
Nas redes sociais, ele tinha publicado várias fotos com armas diversas. Durante o julgamento, ele afirmou que eram todas de um clube de tiro e não de sua propriedade.