Suspenso pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o presidente da Federação Paraibana de Futebol (FPF), Amadeu Rodrigues, disse na tarde desta segunda-feira (14), durante entrevista coletiva no Tribunal de Justiça Desportivo (TJD), que continua no cargo.
Ele negou ter cometido qualquer irregularidade e disse que vai provar sua inocência. “Quem errou que pague. Não tomamos qualquer atitude com intuito de ludibriar instituições ou pessoas. Aos que pedem minha renúncia, digo que continuarei lutando pelo futebol e provarei a minha inocência”, disse Amadeu, que deixou sob a responsabilidade dos advogados da FPF as respostas a questionamentos sobre a Operação Cartola.
Na entrevista ele estava acompanhado do advogado Hilton Souto Maior e do diretor executivo da FPF, Eduardo Araújo, onde leu uma carta e não respondeu perguntas, por orientação dos advogados, garantindo, entretanto, que continuará no cargo.
os advogados confirmaram notícia veiculada na manhã desta segunda pelo ParlamentoPB, na qual o diretor executivo da FPF, Eduardo Araújo, disse que a Federação não tinha sido notificada sobre a decisão da CBF de afastar Amadeu Rodrigues.
A Comissão de Ética da CBF determinou o afastamento temporário do presidente da FPF, Amadeu Rodrigues, que é um dos alvos da operação policial que investiga um esquema de corrupção no futebol do Estado. A decisão foi tomada na última sexta-feira, mas divulgada apenas na noite deste domingo, com exclusidade, pelo Fantástico. Nesta segunda-feira, a CBF vai confirmar o auditor do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Flávio Boson Gambogi, como condutor das atividades da Federação Paraibana até a conclusão das investigações.
Amadeu Rodrigues está no comando da FPF desde o início de 2015 e vive atualmente o seu momento mais conturbado à frente do futebol paraibano. No último dia 9 de abril, apenas um dia após o encerramento do campeonato estadual, foi deflagrada uma operação que investiga um esquema de corrupção do futebol local, com manipulação de resultados, compra de árbitros e fraudes em sorteios. Ao todo, 85 pessoas são alvos das investigações, entre elas o presidente da FPF, dirigentes e árbitros. A Polícia Civil e o Ministério Público conduzem os trabalhos no sentido de apurar as fraudes cometidas pelas pessoas que fazem o futebol na Paraíba e, para isso, têm em seu poder mais de 104 mil conversas dos envolvidos.
No material exibido pelo programa, são apresentados alguns trechos das várias escutas telefônicas, que comprovam que dirigentes subornavam árbitros para conseguir os resultados que queriam em favor dos seus clubes.
Com o afastamento de Amadeu, quem deve comandar a FPF enquanto as investigações estiverem em andamento é o mineiro Flávio Boson Gambogi, que faz parte da 5º Comissão Disciplinar do STJD.