A delegada da Infância e Juventude da Capital, Joana D’Arc, revelou nesta sexta-feira (14) que só ontem (13) foram iniciados seis inquéritos policiais envolvendo abuso sexual e maus-tratos de crianças e adolescentes por parte de companheiros das mães das vítimas.
A delegada ressaltou que o envolvimento de pessoas próximas as vítimas, como o caso da menina Júlia dos Anjos, de 12 anos, assassinada pelo próprio padrasto, não é incomum.
Segundo Joana D’Arc, as crianças que estão sofrendo violência ou algum tipo de abuso sempre apresentam sinais que podem ser identificados pela família, como isolamento, medo, queda no rendimento escolar.
“A criança ou adolescente, quando começa a sofrer qualquer tipo de ameaça, constrangimento, crime mesmo, começa a apresentar comportamentos diversos. Isso são sinais e a própria família começa a notar o isolamento da criança, o medo”, disse.
Ela defende que as escolas iniciem uma campanha severa de alerta junto as crianças mostrando como elas devem se defender e denunciar casos desse tipo.
“Todas ao chegar na delegacia dizem que não disseram porque a família podia não acreditar, não disse porque foi ameaçada. E a gente sabe que uma criança não tem discernimento para saber que se denunciar vai ser tomada uma providência e que aquele caso não vai ficar impune”, declarou a delegada em entrevista à rádio CBN.
A delegada ressaltou ainda a importância da família manter uma relação de confiança e diálogo com as crianças para que elas se sintam a vontade para falar sobre qualquer tipo de abuso ou violência que possam estar sofrendo.