A Agência Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação, do Governo Federal, publicou reportagem em que fala do aumento da área de proteção ambiental da Paraíba. “Antes da criação da APA, nomeada Naufrágio Queimado, apenas 0,5% da costa era protegida”, diz a matéria.
“Para o professor da UFPB, Bráulio Santos, que conduz o projeto, a APA vai garantir sustentabilidade ambiental e social das atividades econômicas desenvolvidas na costa paraibana. Uma vez criada por decreto, a APA está sob responsabilidade da Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) do governo da Paraíba”, cita ainda a matéria.
Veja na íntegra.
Área de proteção aumenta para 10,7% a preservação costeira da Paraíba
Uma nova Área de Proteção Ambiental (APA) localizada na costa da Paraíba aumenta para 10,7% a área de preservação costeira no estado. Antes da criação da APA, nomeada Naufrágio Queimado, apenas 0,5% da costa era protegida. Três embarcações naufragadas também estão incluídas na unidade de conservação.
Considerada atualmente a maior área de proteção do estado, ela se estende pelo litoral de João Pessoa e de Cabedelo e abrange uma área de aproximadamente 420 km² (cerca de 42 mil hectares). A APA vai possibilitar a preservação de recifes, peixes, crustáceos e outros animais – incluindo espécies ameaçadas, como tubarão-lixa, toninha e peixe-boi-marinho e proteção de desovas de tartarugas.
Os navios afundados no século passado, conhecidos como Alice, Alvarenga e Queimado, são atualmente habitados por corais e outras espécies marinhas, além de guardar fragmentos da história.
“O projeto começou com bases científicas, monitoramento das espécies e do ambiente para identificar o diagnóstico de preservação e propor medidas que favoreçam a conservação da natureza”, disse Robson Capretz, coordenador de Ciência e Conservação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, sobre a idealização da APA.
O projeto da área de proteção foi idealizado por professores e alunos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com financiamento da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Com isso, foram identificadas quais medidas seriam necessárias e cabíveis para incentivar a proteção da natureza e manter as atividades econômicas locais, como pesca e atividades de turismo “desde que controladas e respeitando-se a manutenção da biodiversidade e serviços ecossistêmicos”, conforme explicou Capretz.
Junto ao governo paraibano, concluiu-se que a criação de uma APA era o modelo de conservação mais adequado para conciliar as atividades que havia ali com a proteção da região. O decreto de criação da APA é de dezembro do ano passado, quando se iniciou a concretização do projeto da UFPB. Na fase atual do projeto, todos envolvidos -academia, sociedade civil e governo – são responsáveis pela implementação, regramento e diálogos com comunidades locais.
Sua implementação tem como pontos principais: proteger a diversidade biológica marinha; disciplinar o turismo ecológico, científico e cultural; fortalecer e estimular atividades econômicas sustentáveis no local; proteger o patrimônio arqueológico marinho; e assegurar o uso responsável dos recursos naturais.
Para o professor da UFPB, Bráulio Santos, que conduz o projeto, a APA vai garantir sustentabilidade ambiental e social das atividades econômicas desenvolvidas na costa paraibana. Uma vez criada por decreto, a APA está sob responsabilidade da Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) do governo da Paraíba.
“Ao disciplinar as ações no local, solucionaremos os conflitos históricos entre a pesca e o turismo nos recifes costeiros, além de empoderarmos comunidades de pescadores artesanais e conservarmos um patrimônio biológico e arqueológico único. Se bem implementada pelo governo do estado, a APA poderá se tornar uma referência nacional na gestão dos ecossistemas marinhos costeiros, que têm sido muito degradados pela poluição das cidades, pela sobrepesca e pelo turismo desordenado”, disse.
Foto: Bráulio Santos