O Núcleo de Extensão em Justiça Animal (NEJA) da UFPB cobra a conclusão do processo sobre a ‘matança’ de 31 cães em Igaracy e pede a cassação do registro do médico veterinário José Carlos Maia, que era secretário de Saúde do município. O advogado Francisco Garcia, presidente do NEJA, conversou com o ParlamentoPB e disse que o processo está parado há meses.
“Faz mais de nove meses que o processo está na mesa do juiz para sentenciar. Até agora, nenhuma sentença. Faz mais de um ano que o Conselho Regional de Medicina Veterinária da Paraíba (CRMV-PB) tramita um processo ético envolvendo esse dito médico veterinário e, até agora, nada de resultado”, explicou o advogado Francisco Garcia.
A Prefeitura de Igaracy, no Sertão paraibano, sacrificou cerca de 31 cães na noite de 6 de março de 2018. À época, a morte dos animais foi confirmada pelo Secretaria de Saúde da cidade que justificou a ação afirmando que os animais estavam abandonados nas ruas e apresentavam sinais de leishmânia e outras doenças, o que poderia gerar riscos a saúde da população.
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O secretário de Saúde da cidade, José Carlos Maia, que informou ser médico veterinário e que foi quem sacrificou os animais por meio de eutanásia, disse que a prefeitura não tinha outra destinação para os cães e por isso optou pelo sacrifício.
“A gente estava com uma grande quantidade de animais, todos com quadro de doenças em processo terminal, alta infestação de parasitas, e tinha que tomar uma medida de capturar e sacrificar porque a gente não tinha para onde levar”, disse o secretário em entrevista, na época.
Segundo ele, foram feitas análises clínicas nos animais antes deles serem sacrificados. os cães foram sacrificados no mesmo dia em que foram retirados das ruas e, segundo a Secretaria de Saúde, foram aplicados medicamentos nos animais, que teriam morrido sem sofrimento.
O caso veio à tona ainda em 2018 após denúncias de moradores, nas redes sociais, condenando a morte dos animais.