Acusada de matar filha a facadas é condenada a 30 anos e diz que agiu por desespero; ouça

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A atendendente de lanchonete Eliane Nunes da Silva foi condenada a 30 anos de prisão nesta terça-feira (11). A mulher foi acusada de matar sua filha Júlia, de 1 ano, com mais de 20 facadas enquanto estava no berço. O julgamento aconteceu no 1º Tribunal do Júri da Capital, em João Pessoa. Eliane foi condenada por homicídio triplamente qualificado.

De acordo com a sentença, proferida pela juíza Aylzia Fabiana Borges Carrilho, foram acatadas as três qualificadoras do homicídio imputado para a ré. As qualificadoras foram motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima. A defesa pode recorrer da decisão, mas vai permanecer presa.

O caso aconteceu em 26 de outubro de 2023. Eliane Nunes da Silva, de 27 anos, se apresentou na Central de Polícia e confessou ter matado a filha. De acordo com as autoridades, o crime foi motivado por desentendimentos entre a acusada e o ex-marido, que teria rompido a relação entre os dois.

Ao ser ouvida, Eliane disse a todo instante que desde o fato tenta entender por que fez aquilo e que estaria arrependida do fundo do coração, que queria muito voltar atrás para que a filha estivesse novamente em seus braços.

O processo narra que a mulher matou a filha depois que o companheiro, Felipe Cavalcanti, terminou o relacionamento com ela por mensagem de WhatsApp e em seguida a bloqueou.

Além de Eliane, que foi ouvida presencialmente, Felipe também apresentou sua versão por videochamada. O terceiro a prestar depoimento, presencial, foi ⁠Rodrigo Nascimento, policial civil e agente que atendeu Eliane na Central de Polícia, a quem ela confessou o crime e o primeiro (junto a outra policial civil), a constatar a cena do crime. Um vizinho do casal cujo nome não foi revelado e o pai da acusada, ⁠Elias Ribeiro, também foram ouvidos.

Durante todos os depoimentos, Eliane chorou muito. Ao ser perguntada sobre o que sentia, ela afirmou que estava arrependida, acrescentou que ex-companheiro era ciumento e que o casal brigava muito, terminava e voltava frequentemente, mas sempre com agressões verbais, não físicas. Segundo ela, a morte da menina foi num momento de desespero do qual não lembra direito.

Acompanhe um trecho do julgamento:

Aylzia – A senhora se recorda no que pensou?

Eliane – Não. Depois que caiu a ficha que eu estava na delegacia.

Aylzia– A senhora se lembra do ato em si, das perfurações, quantos golpes, em que locais do corpo a senhora golpeou a criança? o momento em que parou de golpear a criança? sabe nos explicar o que aconteceu? atribui isso a um surto momentâneo a um desejo de vingança? poderia nos explicar ou a senhora também não tem explicação?

Eliane – O que eu se é que não foi por vingança. Eu não pensei em fazer em nenhum segundo… nunca pensei em fazer nada com minha filha.

Aylzia– A senhora tinha ciúmes de Felipe com a filha?

Eliane – Não. Porque até então eu deixava ela com ele para trabalhar.

Aylzia – Exatamente. Ele ficava mais tempo com ela do que a senhora. Isso incomodava a senhora?

Eliane – Eu sentia falta de estar perto dela.

Aylzia – Eu entendo, mas… sentia falta… essa situação incomodava a senhora? porque o pai tinha mais contato com ela que a mãe?

Eliane –  Eu folgava no fim de semana e eu sempre ficava contando os dias da semana porque eu queria cuidar dela, eu me sentia bem perto dela.

Aylzia – Isso está bem claro. Todos que passaram por aqui falaram do seu esmero como mãe, mas minha pergunta é se a senhora tinha ciúmes nesse aspecto, de sua filha passar mais tempo com o pai.

Eliane – Não.

Aylzia – Sua filha era bem cuidada pelo pai?

Eliane – Sim.

Aylzia – A senhora disse que não sabe explicar o que lhe levou a golpear a criança? não se recorda do ato em si?

Eliane – Foi desespero, assim. Eu me arrependo do fundo do meu coração, eu me arrependo de verdade [chorando]. De verdade!

Aylzia – Compreendo. Passados esses meses todos, a senhora não consegue explicar?

Eliane – Não sei. Foi um desespero, mas eu não pensei em vingança.

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