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Abraham Weintraub é confirmado diretor no Banco Mundial

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Depois de 40 dias de sua chegada aos EUA, Abraham Weintraub foi eleito nesta quinta-feira (30) diretor-executivo no conselho administrativo do Banco Mundial. O ex-ministro da Educação disse que já havia participado de reuniões na instituição, mas agora assumirá oficialmente as funções na primeira semana de agosto.

“Essa semana já tive algumas reuniões, estou me preparando. Semana que vem começo oficialmente já como diretor do Banco Mundial”, disse Weintraub em vídeo publicado em suas redes sociais na terça-feira (28), dois dias antes do resultado da eleição.

A aprovação de seu nome já era esperada, visto que o Brasil tem maioria do poder de voto do grupo que compõe com outros oito países –Colômbia, Equador, Haiti, Panamá, Suriname, República Dominicana, Filipinas e Trinidad & Tobago.

A votação terminou nesta quinta-feira (30) e o resultado oficial foi divulgado em comunicado pelo banco.

“O Banco Mundial confirma que o Sr. Abraham Weintraub foi eleito pelo grupo de países (conhecido como constituency) representando Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Haiti, Panamá, Filipinas, Suriname e Trinidad e Tobago para ser Diretor Executivo no Conselho do Banco”, diz o comunicado.

A instituição, porém, não informa se o ex-ministro foi eleito por unanimidade ou se houve algum voto contrário, para “preservar a integridade” da eleição.

Weintraub agora dá início aos trâmites burocráticos para um mandato que vai até 31 de outubro e, depois, precisa ser renovado no mesmo processo –indicação do governo brasileiro e aprovação do grupo multilateral.

Uma candidatura do Brasil nunca fora contestada e a eleição finalizada esta semana era considerada meramente protocolar. Apesar disso, Weintraub enfrentou resistência de funcionários do banco que se organizaram contra sua indicação.

No fim do mês passado, a Associação de Funcionários do Banco Mundial pediu que o comitê de ética da instituição investigasse a postura do ex-ministro e que sua nomeação fosse suspensa enquanto ocorressem as apurações.

Os funcionários alegavam que o comportamento de Weintraub feria a reputação do banco e era “totalmente inaceitável” em episódios como sua retórica preconceituosa em relação à China e a minorias, além de sua fala pedindo a prisão de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) –nos dois casos, ele é alvo de inquéritos no Brasil.

Como revelou a Folha, o comitê de ética refutou o pedido e respondeu que não poderia influenciar na nomeação ou eleição para o cargo de diretor-executivo. Em carta obtida pela reportagem, o conselho disse que o código de conduta do banco só poderia ser aplicado para funcionários já empossados, o que não era o caso de Weintraub.

A associação de funcionários enviou uma tréplica, na qual argumentava que recomendações de comportamento poderiam ser dadas a integrantes que ainda não haviam tomado posse e pedia uma “palestra severa” no primeiro dia de trabalho do ex-ministro.

Em caráter reservado, líderes da associação disseram à Folha que, depois dessa última investida pública, o assunto arrefeceu e eles não tinham informações sobre o status da nomeação de Weintraub até essa semana.

O ex-ministro estava morando em um aparthotel nos arredores de Washington, onde fica a sede do Banco Mundial, postou nas redes sociais que havia se mudado para uma casa. Por causa da pandemia, porém, a instituição segue fechada e com reuniões remotas.

Weintraub afirmou que havia participado de algumas reuniões do banco mesmo antes da eleição e que, a partir de agora, vai exercer o cargo formalmente.

O posto para o qual o ex-ministro foi indicado estava ocupado interinamente pela economista filipina Elsa Agustin, que assumiu a função em janeiro de 2019.

O salário anual previsto para o cargo de Weintraub é de US$ 258.570, o equivalente a R$ 115,8 mil mensais sem 13 º —cerca de R$ 1,3 milhão por ano. O valor é mais de três vezes o salário de ministro, de R$ 31 mil.

O ex-ministro chegou a Miami em 20 de junho, após viajar às pressas –dois dias depois de anunciar nas redes sociais sua demissão do governo. O movimento despertou dúvidas sobre como ele havia entrado em território americano em meio a restrições impostas durante a pandemia.

No fim de maio, o presidente Donald Trump assinou um decreto que proíbe a entrada nos EUA de cidadãos não americanos que tenham estado no Brasil nos últimos 14 dias, inclusive brasileiros, como mais uma medida de tentar conter o avanço do coronavírus.

Mas há exceções, entre outras, para estrangeiros que possuem vistos específicos, assim como representantes de outros governos.

Nesta semana, o Itamaraty informou que intercedeu e pediu à embaixada dos EUA um visto para Weintraub com dados do passaporte diplomático que ele havia recebido por ser ministro da Educação. O requerimento, porém, foi feito no mesmo dia em que Weintraub anunciou sua saída do cargo que lhe conferia o benefício do documento, que tem validade até o fim do mandato do presidente da República.

Especialistas afirmam que poderia haver irregularidades se Weintraub se utilizou da condição de ministro para driblar as barreiras sanitárias e entrar nos EUA, já que a data de sua exoneração foi ratificada pelo Planalto e passou do dia 20 –em que chegou a Miami– para o dia 19 de junho.

Diplomatas, no entanto, afirmam que Weintraub pode ter conseguido rapidamente o visto G1, necessário para trabalhar em organismos internacionais, por ser ex-ministro de Estado e estar com a nomeação do Banco Mundial em andamento.

O Itamaraty afirma que se trata de um procedimento habitual interceder em casos de representantes do governo brasileiro designados para atuar em instituições internacionais.​

 

Folha de S. Paulo

 

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