Mais de três mil tablets financiados pelo Ministério da Educação e Cultura no atual governo adquiridos no ano passado se encontram armazenados em um galpão no Distrito Industrial de João Pessoa. Este é apenas um dos graves problemas detectados por auditores da Controladoria Geral do Estado em relação aos equipamentos. A denúncia foi tornada pública hoje à tarde pela assessoria do candidato ao Governo Cássio Cunha Lima.
Segundo ele, o governo adquiriu 61.643 Tablets para alunos e professores do ensino médio no valor de R$ 28,5 milhões. Desse total, 5.243 equipamentos são objeto de ação disponibilizada e financiada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação/MEC, mas não estabeleceu metas ou qualquer projeto educacional.
O que era para ser uma ferramenta didática dos estudantes e professores virou um instrumento sem utilidade nas escolas, que receberam os tablets distribuídos pela Secretaria de Educação do governo de Ricardo Coutinho. A ausência na infraestrura da rede de acesso a internet para o uso do Tablet em sala de aula não contribuiu no ensino e perdeu a finalidade durante todo ano letivo de 2013 e 2014.
Uma auditoria realizada pela Controladoria Geral do Estado constatou que em 100% das escolas inspecionadas, nenhuma possuía o sinal da internet nas salas de aula, algo essencial, que o governo não se preocupou em instalar para que os equipamentos funcionassem a contento como auxiliar nas atividades didáticas envolvendo as disciplinas, trabalhos, tarefas e pesquisas da classe estudantil e do magistério.
Ainda segundo a assessoria de Cássio, nada menos que 78% dos alunos que receberam o equipamento perderam o interesse e não o utilizam por conta da deficiência do sinal quando encontrado em poucas escolas e 75% dos professores confirmaram não ter conhecimento de realização de projetos pedagógicos com o uso do Tablet nas escolas. Ou seja, o governo se quer se preocupou também em implementar um Projeto Didático-pedagógico para o uso da nova ferramenta.
Falta de planejamento
No relatório, ficou evidenciado que o governo não fez um planejamento para a distribuição dos Tablets nas escolas e muitos menos houve a devida capacitação de uma equipe responsável pelas atividades nos procedimentos. Também não houve critérios para determinar quantitativo dos Tablets nas escolas. Em 100% das escolas visitadas foi verificado o excesso e distribuição de equipamentos em relação ao quantitativo de alunos existentes.
Os auditores recomendaram que fosse providenciado um levantamento das escolas que necessitam de melhorias em relação à infraestrutura de rede para o acesso a internet necessária ao uso do Tablet, bem como, que sejam criadas condições para o acesso à internet sem fio nas escolas.
