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Cinema da diversidade cultural, sexual e de gênero para enfrentar o fascismo

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Tivemos quatro anos de tanto retrocesso e exacerbação do conservadorismo (e pior, do mais puro fascismo) que só agora, com novos ventos soprando bafejos de esperança podemos avaliar quanto de estragos e malefícios a eleição de um energúmeno para o posto máximo da nação. O fascismo jamais sossegará e será sempre “preciso estar atento e forte”, como dia a canção ‘Divino Maravilhso’ de Gil e Caetano, eternizada na voz cristalina de Gal. Os fascistas estarão sempre no cio feito bestas à espreita de um novo golpe. É do fascismo não sossegar. O ovo da serpente estará sempre chocando aguardando o melhor momento para quebrar a casca que o envolve. 

Há 16 anos, quando sequer imaginávamos nos nossos piores pesadelos que viveríamos esse desastre político-social que se abateu sobre o país, um grupo de ativistas da cultura, sob a coordenação da jornalista e militante cultural Verônica Guedes, na terra de Belchior, Ednardo, Patativa do Assaré e Rachel de Queiroz, entre outros, idealizou, e pôs em prática, a primeira edição do For Rainbow, hoje intitulado Festival Internacional de Cinema e Cultura da Diversidade Sexual e de gênero que este ano se encontra na sua 16ª edição. 

O festival teve sua abertura nessa quarta, dia 14, no cinema do Dragão do mar, local das exibições, com o documentário de longa-metragem ‘Corpolítica’ (SP, 102min, 2022), de Pedro Henrique França, que faz um interessante painel das candidaturas LGBTQIA+ no Brasil nas eleições de 2020 quando um surpreendente recorde de candidatos surgiu, embora representem, infelizmente, ainda um ínfima parcela. Entre as personagens do documentário, está a mulher trans e negra Erika Hilton, que se tornou a vereadora por São Paulo mais votada em todo o país com mais de 50 mil votos. 

Na mostra competitiva, temos ainda mais sete longas com representantes do Brasil (duas produções cearenses: ‘Um pedaço do mundo’, de Tarcísio Rocha Filho, Victor Costa Lopes e Wislan Esmeraldo; e ‘A filha do palhaço, de Pedro Diógenes, ‘Germino pétalas no asfalto’, de Coraci Ruiz e Júlio Matos), da  Alemanha/Argentina (‘Eu sou alma’, um documentário de Mariana Bellone), do Chile (‘Projeto Fantasma’, uma ficção de Roberto Doveris), do Brasil/EUA (‘Uýra – A Retomada da Floresta’, documentário de Juliana Curi) e da Colômbia (‘Petit Mal’, de Ruth Caudeli). Longas convidados, e fora de competição, terão sessões à tarde inciando pela ficção ‘Serial Kelly, de René Guerra, com Gabi Amarantos como protagonista. Os outros longas convidados são o necessário documentário de Susanna Lira ‘A mãe de todas as lutas’ e a produção cearense ‘As panteras’ de Breno Batista.

Uma boa quantidade de curtas-metragens brasileiros e de diversas partes do mundo (representantes de mais da metade de países do planeta), compõe a grade de programação do For Rainbow, o que indica a importância do festival para o cinema LGBTQI+ não só no Brasil mas no mundo. Pensar festivais e mostras segmentadas pode parecer que se está restringido uma produção a guetos ou nichos específicos deixando o grande público sem contatos com essas obras. Na realidade, alguns desses filmes já circulam em festivais com temáticas abrangentes. O que acontece é que a produção de filmes cresceu exponencialmente em todo o mundo o que torna os grandes festivais um funil de difícil passagem.

Essa enxurrada de filmes no Brasil é fruto do barateamento e miniaturização dos equipamentos, de boas e bem-sucedidas políticas de democratização de acesso à produção, através dos editais de incentivos – anteriores à chegada do inominável genocida à presidência –, do estímulo à formação e distribuição de recursos descentralizados do eixo Rio-São Paulo e da criação de cursos de cinema e audiovisual no ensino público e privado. Temos como resultado um cinema plural encerrando diferentes narrativas e contemplando os mais diversos povos e segmentos sociais, o que enrique o nosso cinema e a nossa cultura. Daí a necessidade de mostras e festivais para dar vazão a essas produções.

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