A rádio BandNews FM Manaíra deu prosseguimento na manhã de hoje à série de entrevistas com os pré-candidatos ao Governo da Paraíba. A convidada de Cláudia Carvalho e Cacá Barbosa nesta quarta-feira, 13, foi a professora Adjany Simplício, do PSOL. Ela é natural do Rio Grande do Norte e já disputou em 2018 como vice na chapa encabeçada por Tárcio Teixeira e também concorreu a uma vaga na Câmara de João Pessoa em 2020.
A educadora afirmou que decidiu ser candidata ao Governo por entender que faltam mulheres nos espaços de poder, assim como pessoas que discutam a educação e um projeto de sociedade popular que represente a visão dos trabalhadores.
Em um trecho polêmico da entrevista, Adjany respondeu ao questionamento de um ouvinte que resumiu o PSOL como um partido que é contra a polícia e a favor das drogas. A pré-candidata discordou e explicou os posicionamentos da legendam inicialmente sobre a desmilitarização das polícias:
“Essa é uma forma bem taxativa de colocar nossa posição. É verdade que discutimos a polícia e a descriminalização da maconha. Entendemos que é preciso rever a atuação policial. Compreendemos que as estruturas operam com maior repressão e violência sobre as comunidades periféricas e negras. Os episódios são cotidianos. A prisão gourmet do anestesista que estuprou uma mulher foi quase um pedido de licença para prendê-lo. Mas, na periferia é de outra forma. Precisamos de uma atuação menos repressora, mais preventiva e eficiente, investindo na melhoria do trabalho de Inteligência. Para quem serve à polícia? Ela serve majoritariamente ao Estado e às pessoas de maior poder aquisitivo. Os pobres tomam porrada e cassetete da polícia”.
Em relação à pauta das drogas, Adjany considerou que essa é uma pauta envolvida em valores morais: “Pensando em liberdades individuais, infelizmente, a maconha é considerada uma droga. Precisamos entender que a discussão do uso e abuso de drogas não pode passar pela repressão. São necessárias políticas de saúde para atender quem abusa de drogas, seja ela qual for: o tabagismo, o alcoolismo… isso é preventivamente. Mas, o uso recretativo é viável e há experiências no mundo sobre isso e principalmente o uso medicinal do canabidiol. Hoje, o acesso ainda é restrito e a partir da quantidade de uso e de terapias com a cannabis, isso precisa ser popularizado. Não considero a maconha uma droga. Penso que ela está em outro patamar. Ela não é uma droga porque ninguém morre pelo uso de maconha. É uma substância entorpecente, que tem um efeito sobre o cérebro mas que pode ser administrada sem que haja risco para quem usa e quem está ao redor. Há outro debate importante que é a descriminalização. As ações de repressão da polícia ao tráfico estão dentro das favelas. Será que é de fato quem está lá que está lucrando com o tráfico? e se deixar de ser tráfico? como é que vai acontecer?”, questionou.