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Deputados trocam partidos de esquerda pelo PL de Bolsonaro

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A janela partidária registrou a migração de ao menos cinco deputados de partidos de oposição para o PL, do presidente Jair Bolsonaro, ajudando a consolidar a legenda como a maior bancada da Câmara depois do troca-troca encerrado na sexta-feira (1º).

O período de um mês permite a deputados trocarem livremente de partido sem o risco de perder o mandato.

A janela teve um saldo positivo para o centrão de Bolsonaro, que viu o seu PL se tornar a maior bancada da Câmara, com 77 deputados, e com o já esperado esvaziamento da União Brasil (fusão de PSL e DEM). PP e Republicanos também ampliaram suas bancadas.

Segundo dados divulgados até a manhã desta segunda (4), três deputados do PSB —Emidinho Madeira (MG), Jefferson Campos (SP) e Rosana Valle (SP)— e dois do PDT —Marlon Santos (RS) e Silvia Cristina (RO)— foram para o PL.

São parlamentares que, apesar de estarem em partidos de oposição, costumavam votar na Câmara alinhados à pauta do governo. Rosana Valle, inclusive, é apontada como possível vice na chapa do ex-ministro Tarcísio de Freitas na disputa ao Governo de São Paulo.

Na votação do primeiro turno da reforma da Previdência, em julho de 2019, os cinco votaram a favor do texto que mudou as regras de aposentadoria no país.

Tanto PSB quanto PDT haviam fechado questão contra a PEC e puniram parlamentares que contrariaram a orientação das legendas —o caso mais conhecido foi o de Tabata Amaral (SP), que, em setembro do ano passado, se filiou ao PSB.

Os três ex-pessebistas e dois ex-pedetistas também votaram sim à PEC do voto impresso, apesar de os partidos de Carlos Siqueira e Carlos Lupi terem orientado o voto não à proposta —o PDT, inclusive, revisou posição histórica favorável ao tema só para evitar engrossar o apoio ao texto defendido por bolsonaristas. A proposta foi barrada pela Câmara.

Mais recentemente, quatro dos cinco novos filiados do PL também se alinharam ao governo na votação da primeira parte da PEC dos precatórios, que passou em votação apertada na Câmara —recebeu 312 votos favoráveis no primeiro turno, pouco acima do mínimo de 308 que precisava para ser aprovada. Marlon Santos não votou.

A Folha questionou os cinco deputados sobre a migração para o partido de Bolsonaro. Três deles responderam.

Jefferson Campos afirmou que, após a morte do presidenciável Eduardo Campos, em 2014, “o PSB tomou um viés de esquerda muito acentuado, ficou quase um partido mais rígido que o PT.”

“Fui suspenso por um ano do partido por votar pela reforma da Previdência, sem comissões, sem vice-lideranças, sem relatoria. Fiquei lá um deputado acéfalo”, disse. O deputado afirmou ter buscado a desfiliação via TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mas teve o pedido negado.

“O partido ficou muito à esquerda, a reboque do PT. Eu sou um deputado evangélico de direita. Até então, o PSB nunca tinha me posicionado dessa forma junto ao meu eleitorado. Nunca houve essa dicotomia direita e esquerda. Desde a eleição passada, isso ficou muito acentuado e hoje está pior ainda.”

“Então, é mais de acordo com as minhas ideologias, com aquilo que eu defendo nos meus sete mandatos parlamentares, é mais o que pensa o meu eleitorado. A esquerda hoje tem uma pauta incongruente com meu eleitorado e com a minha maneira de pensar”, complementou.

Segundo ele, dentre as opções à direita, não há muitos partidos competitivos em São Paulo. A escolha pelo PL, afirmou, deu-se por uma adequação a sua maneira de pensar.

Campos, que votou “não” na sessão em que a Câmara confirmou decisão do STF e manteve a prisão do bolsonarista Daniel Silveira, disse ter sido o “deputado de esquerda que mais votou com o governo Bolsonaro”.

“Só não votei aquilo que realmente eu não achava adequado. Então, estando já à direita, por que não ir logo para um partido de direita, ao invés de ficar brigando com o partido [PSB]?”

Marlon Santos também criticou a forma como foi tratado pelo PDT na reforma da Previdência. Ele disse ter buscado acordo para retirar professores e trabalhadores rurais das mudanças.

“Fui eu que encaminhei essa proposta do PDT para os demais pares dentro da Câmara, mas o PDT se rebelou comigo na última hora”, disse.

“Houve acordo para a mudança em função do que o PDT queria, e eles simplesmente chegaram para nós e disseram que, mesmo assim, não era para votar a favor [da reforma]. A gente fez vários acordos políticos com outros deputados para votar em outras emendas em troca da votação para as intenções do PDT sobre o projeto, e o PDT me ameaçou de todas as formas.”

Ele disse ter sido retirado de cargo técnico e que o partido fez “uma série de pirraças”, impedindo que falasse em nome do PDT.

“Eles me expurgaram e quem fez com que o meu mandato valesse a pena foi o PL, foram os colegas do PL dentro da Câmara. Vendo a situação, eles acabaram me adotando, mesmo sem saber se eu iria ou não para o PL.”

“O que me faz ir para o PL é a gratidão com a bancada do PL e com o Valdemar Costa Neto, eles fizeram meu mandato prevalecer, ter valor. Se dependesse do PDT, não teria valor nenhum”, disse.

Marlon Santos afirmou ainda apoiar Bolsonaro e acusou o partido de Carlos Lupi de não estar genuinamente preocupado com as reformas.

“Eu não entendia por que não votar a favor [das reformas] quando vi que o PDT, como membro da esquerda, estava simplesmente articulando um tipo de projeto de poder e não de estado. Então, percebi que a melhor hipótese era ajudar o Bolsonaro a ter governabilidade. Foi o que eu fiz o tempo todo.”

Ele afirmou ainda acreditar que seus eleitores vão entender a mudança. “Meu eleitor é moderno no sentido de entender que as pessoas fazem partido, não o partido faz as pessoas no Brasil.”

“Não vivemos uma dualidade partidária como acontece em alguns países da Europa ou nos EUA. O partido hoje tem aquele velho tipo de jargão de alinhamento com a direita ou com a esquerda. Somente isso. O resto são quartos dentro da mesma casa, não tem muita diferença.”

Cotada para vice de Tarcísio, Rosana Valle evitou explicitar apoio ao presidente. Perguntada se apoiava Bolsonaro, respondeu que apoia “projetos e propostas que considera bons para o país.”

A deputada disse ainda ter certeza de que seus eleitores vão entender a mudança. “Há tempos meus eleitores me cobram a saída do PSB pelos posicionamentos ao longo desses três anos e meio de mandato”, afirmou.

Questionada sobre o convite para integrar a chapa do ex-ministro na disputa ao governo de São Paulo, Valle afirmou: “Fui lembrada, o que considero o reconhecimento do meu trabalho. Por isso mesmo, sigo focada no mandato e na minha reeleição à Câmara Federal.”

No sentido contrário, o deputado Sergio Toledo (AL) trocou o PL de Bolsonaro pelo PV, que formou federação partidária com o PT e o PC do B. Procurado, o parlamentar não respondeu aos pedidos de entrevista da reportagem. ​

 

 

 

 

Folha Online

 

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