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PSDB contrata empresa para testar novo app que pode ser usado em prévias

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Após falhas registradas na votação das prévias presidenciais no último domingo (21), o PSDB anunciou a contratação de uma empresa privada que terá o aplicativo testado pelas campanhas dos governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS) para eventualmente substituir a ferramenta da fundação responsável pelo app original.

As campanhas de Doria, Leite e do ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio (AM) deram aval para testarem o novo aplicativo D.Vota, da RelataSoft, empresa de tecnologia eleitoral que faz parte do projeto Eleições do Futuro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O anúncio foi feito nesta terça-feira (23) na sede do partido em Brasília.

No último domingo, o PSDB fez uma votação híbrida. Num evento em Brasília, feito para anunciar o vencedor, mas que terminou de forma melancólica sem conclusão, puderam votar por meio de urnas eletrônicas os prefeitos e vices, deputados estaduais, deputados federais, senadores, governadores e vices e os ex-presidentes do partido.

Os filiados sem mandato e os vereadores deveriam votar pelo aplicativo, que não funcionou. A votação, que seria das 7h às 15h, foi ampliada para 18h e acabou suspensa. Outros tucanos do alto clero que não viajaram a Brasília e preferiram votar pela ferramenta online tampouco conseguiram votar.

Nesta terça-feira, a RelataSoft afirmou ter condições técnicas de iniciar prévias já na quarta (24) pela manhã, mas indicou que a decisão depende do PSDB.

O uso do aplicativo original, desenvolvido pela Faurgs (Fundação de Apoio à Universidade Federal do Rio Grande do Sul), para retomar as prévias ainda não foi totalmente descartado.

Após reunião encerrada na tarde desta terça, o partido divulgou uma nota afirmando ter sido “vítima de um problema técnico nas prévias” e disse que buscava “meio para retomá-las”.

“Entre as possibilidades, já há empresa que será submetida ao teste de estresse por todas as candidaturas. Mais alternativas estão em análise”, disse.

Segundo o comunicado, a Faurgs não apresentou diagnóstico sobre o que provocou as falhas. “O fundamental é garantir o voto dos filiados já cadastrados. Os votos já registrados na urna e em aplicativos estão válidos e serão computados.”

Se as campanhas considerarem que a fundação tem condições tecnológicas para dar continuidade à votação, a RelataSoft poderia fazer a validação do processo, segundo o presidente da empresa, Leonardo Cunha.

O presidente do PSDB, Bruno Araújo, havia dado até meio-dia desta terça para que a Faurgs se posicionasse sobre a possibilidade de sanar as falhas e concluir o processo de votação. A reunião com a Faurgs, virtual, atrasou e começou depois desse prazo.

A ideia era que a empresa dissesse se havia conseguido identificar o que provocou a falha no domingo e anunciasse a viabilidade de dar prosseguimento ao processo. No entanto, o diagnóstico não foi apresentado.

A hipótese de um ataque hacker não está descartada pelo partido.

Paralelamente, Araújo havia anunciado, na segunda (22), que estava conversando com duas empresas privadas que poderiam oferecer aplicativos substitutos ao da Faurgs.

Portanto a RelataSoft, que esteve na sede do partido nesta terça para apresentar sua ferramenta e submetê-la a testes técnicos, vai ter a ferramenta testada por representante das três campanhas.

Ao final da reunião técnica, o presidente da empresa, com aval do PSDB, disse que havia sido fechado um contrato em fases com o partido. Em até oito horas, a RelataSoft afirmou que as três chapas poderão iniciar os testes, que serão feitos em uma janela de seis horas.

Depois dessas seis horas, a RelataSoft teria mais quatro horas para responder a eventuais problemas apresentados. Depois, haveria duas horas para negociação final entre os técnicos das campanhas.

Se o D.Vota, da RelataSoft, passar nos testes realizados pelas três campanhas, a empresa poderá iniciar o plano de votação, que abrange os cerca de 40 mil filiados que não conseguiram votar pelo app da Faurgs no último domingo.

No início do processo das prévias, o PSDB decidiu por desenvolver do zero um aplicativo de votação próprio porque tinha a intenção de doá-lo aos demais partidos, incentivando prévias em outras legendas.

A ideia era alavancar o PSDB como o partido com expertise em votações internas, uma referência nacional numa iniciativa inovadora —imagem que já naufragou.

Agora, com o app da Faurgs em xeque, a solução de utilizar um app pronto impede a doação posterior. De acordo com membros do PSDB, como a ideia é apenas “alugar” o app da RelataSoft, o custo será de até R$ 400 mil.

O contrato com a Faurgs, para criar o app, foi de cerca de R$ 1,3 milhão, sendo que aproximadamente metade do valor já foi paga. O partido não descarta renegociar o restante, alegando que a ferramenta não cumpriu seu propósito.

Na segunda, após Araújo sinalizar a possibilidade de substituição do aplicativo da Faurgs, Leite afirmou que o processo das prévias estava perdendo credibilidade e que não havia concordado com a possibilidade de troca da ferramenta.

A suspensão da votação agravou a divisão interna entre Doria e Leite. A disputa está acirrada, e o resultado está em aberto. Virgílio não tem chances de vencer e, na prática, se alia a Doria.

Uma vez escolhido o app, a ideia seria fatiar a votação em mais de um dia —separando a votação de políticos com mandato e, em seguida, de filiados.

Neste cenário, as campanhas pressionam por ritmos diferentes. Enquanto Doria e Virgílio propõem retomar a votação no próximo domingo, a campanha de Leite quer a retomada mais imediata.

A proposta inicial do gaúcho era de que a votação ocorresse já nesta terça, mas os problemas no app não foram sanados. A retomada das prévias depende da resolução da questão técnica.

Na segunda, a reportagem apurou que havia entendimento entre as campanhas para que a votação fosse concluída até o próximo domingo. A votação continuaria assim que houvesse um app apto para isso (o da Faurgs ou um alternativo), o que contemplaria as propostas de Leite, Doria e Virgílio.

Após o anúncio desse entendimento por Araújo, porém, Leite contestou a troca do app e disse não haver acordo algum.

A avaliação de aliados de Leite é a de que o tempo corre contra o gaúcho, já que a capacidade de mobilização do PSDB de São Paulo é maior. Ou seja, Doria poderia virar mais votos até domingo.

Leite vem fazendo denúncias a respeito de compra de votos e pressão do time de Doria sobre tucanos em São Paulo. O caso mais conhecido é a demissão do então secretário de Habitação da capital paulista, Orlando Faria, após declarar voto no gaúcho.

Ao todo, 44,7 mil tucanos (cerca de 3% do 1,3 milhão de filiados) se inscreveram para a votação indireta, em que cada grupo representa 25% da pontuação: filiados; prefeitos e vices; vereadores e deputados estaduais; deputados federais, senadores, governadores e vices, ex-presidentes do PSDB e o atual.

São Paulo, pela concentração de mandatários e filiados cadastrados, larga com 35% de peso nas prévias. Além do Rio Grande do Sul, Leite tem o apoio de estados chave no tucanato, como Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.

O saldo de domingo para o PSDB foi de vexame e mais tensão entre Doria e Leite, que trocaram acusações. Como mostrou o Painel, líderes de partidos da chamada terceira via veem o PSDB em frangalhos —uma união da sigla em torno do vencedor das prévias parece cada vez mais distante.

Araújo informou que de 62% a 65% dos votos, considerando os pesos desiguais dos grupos de votação, foram dados no domingo, pela urna e aplicativo. Os resultados estão blindados e não serão apurados até que haja a votação complementar.

 

 

 

Folha Online

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