Os movimentos da natureza são fantásticos! São belos e, também, pedagógicos. Podemos aprender muito com eles, se soubermos olhar ao nosso redor e contemplar a vida com os olhos de um aprendiz.
Os ritmos da vida são alternados em movimentos de luz e sombra. Sabemos que a existência não é uma eterna aurora. O sol que se ergue imponente, irradiando luz, se põe no horizonte oposto. Somos, invariavelmente, visitados pela escuridão. A questão crucial é: como lidar com o crepúsculo? O que podemos aprender com a face escura da vida?
Todas os dias, invariavelmente, o sol se levanta e se põe. Os movimentos da natureza são fantásticos. São poéticos e também pedagógicos. A trajetória do sol tem muito a nos ensinar: nada fica para sempre às escuras – haverá sempre um amanhecer.
Todos nós precisamos saber conviver com a escuridão momentânea. É exatamente na escuridão que aprendemos a valorizar a luz. Infelizmente, muitas vezes, só nos damos conta da bênção de poder enxergar as coisas que estão diante dos nossos olhos quando as perdemos.
A doença nos faz valorizar a saúde. A solidão valoriza as companhias que nós desprezamos. As angústias nos fazem relembrar os dias de paz. Por isso mesmo, depois do crepúsculo vem sempre o crescimento interior. Aprendemos muito com o silêncio das madrugadas frias, e com a solidão das noites quase intermináveis.
Precisamos de criatividade para vencer as noites escuras. De paciência, para aguardar o brilho da manhã. De esperança, para vislumbrar novos horizontes. De fé, para enxergarmos a luz no fim do túnel. Foi nesta leitura pedagógica das situações que nos deixam às escuras, que Davi, o grande poeta bíblico, escreveu: “O pranto pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã”.
Deus habita também em nossa escuridão. Quando tudo parece muito distante, Ele é presença certa. Quando a escuridão for mais densa, Ele será a nossa luz. Deus está presente em nossas madrugadas e faz ponte entre a noite e o dia. Deus é o amigo presente em todos os momentos, especialmente, quando nos imaginamos sozinhos. Aprendemos muito com o silêncio das madrugadas frias, e com a solidão das noites quase intermináveis.
Depois do crepúsculo virá, com certeza, um novo amanhecer. Uma nova aurora, trazendo consigo os raios de uma nova esperança também. Depois do crepúsculo, as cortinas da vida se abrem para o espetáculo de um novo dia. É a luz trazendo energia, e esta energia provoca uma combustão em nossa alma, fazendo gerar a força para enfrentarmos as adversidades. “Depois da tempestade vem sempre a bonança”, é o que nos ensina a sabedoria bíblica.
Aprendemos pois, pacientemente, que as noites não duram eternamente; elas aguardam ansiosamente a luz que emerge das manhãs. Não nos esqueçamos de que todos os dias, invariavelmente, o sol se levanta e se põe, independentemente da nossa intervenção. É a vida seguindo o seu curso. Sua liturgia. É por isso que, nos movimentos da vida, esperar é vencer. A vitória é própria dos que sabem esperar e confiar em Deus.
Toda crise é passageira. Nenhuma dor dura para sempre. É preciso pois, esperar o alvorecer de um novo dia; é preciso suportar as angústias de uma noite sombria para aguardar os raios de sol de uma nova manhã.
“No mundo tereis aflições; tende bom ânimo. Eu venci o mundo”. Foi o que nos garantiu Jesus. Ter bom ânimo é esperar uma nova manhã. É não sucumbir às pressões que a vida nos impõe muitas vezes.