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O levante dos iguais e inferiores

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Jair Bolsonaro sempre foi um político do baixo clero, das coisas miúdas, das pequenas causas, dos debates inúteis e, sobretudo, do corporativismo. Adora uma facção. Na presidência da República, ele é essa mesma coisa.

No governo, Bolsonaro é sempre o porta-voz da miudeza. Não entende de economia, de educação, de saúde, de relações exteriores, de segurança… Mas é expert em kit gay, golden shower, cachorro-quente, copo de leite, defesa da própria família e dos amigos… Pilota moto e jetski e monta bem no seu semelhante, o cavalo.

A agenda de Bolsonaro é micro, a de Paulo Guedes, por exemplo, é macro. Entende o que quero dizer? O presidente é o bobo da corte, é figurativo, é um ativista de redes sociais de um mundo virtual. Sem ele, portanto, o governo seria menos desastroso.

Por ser um presidente do diminutivo, Bolsonaro tem como estratégia política de sobrevivência arrebanhar os iguais e os inferiores a ele. Esta é a principal fatia do bolo que ainda o apoia, incondicionalmente. É a grande parte dos 30% dos brasileiros que ainda estão no barco furado do capitão.

Neste cenário, portanto, há os elementos necessários para se fazer a seguinte avaliação: a batalha que hoje o capitão trava contra o STF pode não resultar em nada, mas pode fazer estragos na estrutura democrática e política do Brasil.

Movimento político-militar no país não é nenhuma novidade. A história está repleta de exemplos e nos mostra que as revoltas podem surgir também de baixo para cima. O movimento tenentista de 1920, insatisfeito com a situação política do Brasil e recheado de reivindicações corporativistas, é um exemplo. Serve para nossa reflexão hoje.

O movimento tenentista não teve sucesso, não conseguiu abalar a estrutura política do país naquela época, mas conseguiu ser uma semente para outros levantes. O problema, no entanto, não está nos movimentos politico-militares em si. Está, porém, quando eles optam pelo uso das armas para fins não democráticos.

A batalha de Bolsonaro contra o STF, portanto, pode mostrar o tamanho real do seu exército de iguais e inferiores – o que não impede de ter a participação de alguns generais, como houve no movimento tenentista de 1920. Se houver uma tentativa de golpe militar no Brasil de hoje, possivelmente nascerá com cabos e soldados, sob o comando de um capitão tresloucado, com status de presidente da República e com a força da Bic na mão. É aí onde o mora o perigo.

O exército é grande, está espalhado em todo o país. Lembre-se das greves recentes e dos motins da PM, majoritariamente bolsonaristas. Resta saber, porém, se a maioria dos militares vai seguir ou não as ordens do capitão.

Particularmente, não acredito no sucesso de um golpe militar, porque há forças internas e externas para impedir. Mas acredito que pode haver uma tentativa, porque o autoritarismo está no DNA de Bolsonaro, o jovem-bomba dos tempos de quartel, o admirador da tortura e da ditadura militar e o senhor do desprezo à vida em tempos de pandemia na saúde.

O melhor para o país, então, é o impeachment de Bolsonaro. Há motivos de sobra para isso, mais de 30 pedidos na Câmara. É melhor não pagar para ver o tamanho desse “exército”, até porque, a essa altura dos fatos, é muito fácil prever que os milicianos também estarão ao lado dele.

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