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Encontro Nacional de Prostitutas em João Pessoa termina hoje com desfile da Daspu

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Cerca de 30 prostitutas subirão na passarela na passarela montada na Praça Anthenor Navarro, no Centro Histórico da capital, às 20h desta quinta-feira (20), para apresentar inúmeras peças femininas no desfile da grife Daspu. Criada em 2005 pela prostituta Gabriela Leite, a Daspu une três elementos essenciais na luta das prostitutas por reconhecimento e respeito da sociedade: moda, performance e resistência. A atividade integra o 2º Encontro Nacional de Prostitutas, que reuniu profissionais do sexo de 14 estados mais o Distrito Federal na capital paraibana.

Com direção e produção de Elaine Bortolanza, o Desfile da Daspu será realizada devido a uma parceria firmada com a Associação das Profissionais do Sexo da Paraíba (Apros-PB) e a Hera Bárbara. A trilha sonora do desfile foi idealizada pelo DJ Dolores, expoente na música eletrônica surgida em Pernambuco nos anos 2000. Após o desfile, haverá apresentação na Hera Bárbara do coletivo de samba Pura Raiz e, sem seguida, apresentações dos DJs Marie e Misandri com ingressos a R$ 5.

Elaine Bortolanza, produtora e diretora do desfile da Daspu, ressalta que o objetivo do evento é promover a visibilidade das prostitutas e seus corpos, mas também a performance delas enquanto cidadãs e agentes políticas que refletem sobre sua participação na sociedade. “Às vezes, as pessoas querem usar roupas ou adereços seus com os figurinos da Daspu para desfilar, então, também tem isso que eu chamo de ‘promiscuidade’, de misturar estilos. As peças trazem uma temática levando em consideração a última Coleção que chama-se Zona de Promiscuidade, que é para discutir esses corpos sem gênero. Na coleção e nos desfiles têm peças que refletem essa diversidade de corpos que não desfilam, há uma estampa nova feita pelo cartunista Laerte, exclusivamente para a Daspu. Não importa se é mulher cisgênero ou transgênero as peças podem ser usadas e a gente quer mostrar essa liberdade. São peças da provocação!”, disse

Como Elaine citou, no Desfile da Daspu estarão peça icônicas do acervo, como o Sutiliga, de volta com uma nova cara, trazendo elementos da nova coleção que será lançada em 2019 e terá como tema a PUTA LUTA e a mulher guerreira que está à frente dela. A criação é do coletivo SARTBIT por Bruna Sartini e Camila Machado. Junto com essa criação será mostrada a nova arte da Laerte para Daspu. Peças da última coleção criada em parceria com os estilistas Ale Marques e Marcita com desenhos da Laerte também estarão na passarela, além das peças criadas por um grupo de alunos do Curso de Moda da UNAMA/Belém.

O grande diferencial dos desfiles da Daspu é o diálogo permanente que a grife faz entre a moda e a puta política das prostitutas, segundo Elaine Bortolanza. “A puta luta integra um gesto político e artístico que dialoga com a potência e os instrumentos de batalha das prostitutas que colocam o “corpão” na pista, na rua, que sabe o que é fazer política de rua, que luta não só pelo reconhecimento da prostituição como trabalho, mas pelas liberdades, diversidade dos corpos, gêneros e sexualidades”, frisou.

DASPU – A Daspu foi criada em 2005 pela prostituta e autora do livro “Filha, mãe, avó e puta”, Gabriela Leite. Fundadadora com Lourdes Barreto do movimento organizado de prostitutas no Brasil que em 2017 fez 30 anos, tendo como marco o I Encontro Nacional de Prostitutas “Fala, Mulher da Vida”, que aconteceu no Rio de Janeiro em 1987. Criou a Daspu em 2005, inicialmente como uma grife de moda que pudesse funcionar como um dispositivo cultural e artístico para dar visibilidade e sustentabilidade às ações da ONG Davida. Com a repercussão e o afeto gerado pela sua proposição, Daspu acabou se tornando uma política cultural que dialoga com as questões relacionadas a sexualidade, cidade, prostituição e direitos humanos. Para seguir a Daspu nas redes sociais é só buscar no Facebook @daspudavida e no Instagram @daspubrasil.

ENCONTRO NACIONAL – O 2º Encontro Nacional de Prostitutas realizado pela Apros-PB em João Pessoa conseguiu disseminar propostas que devem continuar a ser amplamente debatidas com os governos, representações do legislativo, movimentos sociais e as próprias prostitutas. Voltado para as discussões centradas em direitos sociais, cidadania, política e regulamentação da profissão, o 2º Encontro Nacional de Prostitutas conseguiu reunir profissionais do sexo de 14 estados mais o Distrito Federal que puderam debater com representantes do Ministério da Saúde e movimentos sociais. Um dos diferenciais desse segundo encontro foi a inclusão dos Agentes Comunitários de Saúde, que atuam como facilitadores das informações e dos encaminhamentos para os serviços de saúde.

Segundo a presidente da Associação das Profissionais do Sexo da Paraíba (Apros-PB), Luza Maria, o objetivo além de ter sido atingido foi garantido espaço de troca de informações e conhecimentos das várias vivências nesses 14 estados mais o Distrito Federal com o intuito de fortalecer a luta por direitos. “O movimento de prostitutas luta, principalmente, por garantia de direitos e há muita gente que acredita que isso se resume à legalização da profissão, que é super importante e é uma das nossas bandeiras de luta. Mas, a nossa luta é mais ampla. Nós prostitutas lutamos pelo reconhecimento e respeito de todos os nossos direitos, seja ao sermos atendidas na rede pública, seja na formulação de políticas públicas que nos atinja de alguma maneira como as da assistência, as de prevenção à saúde. A nossa luta é por direitos!”, frisou.

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