O ex-governador paraibano Cássio Cunha Lima (PSDB) negou hoje que tenha se preparado para destituir o senador Cícero Lucena (PSDB) da presidência do partido no Estado. Na entrevista coletiva que concedeu pela manhã na Associação Paraibana de Imprensa (API), Cássio afirmou que o que pretendeu fazer foi um redirecionamento partidário: "O partido tem um presidente com talento, habilidade e competência, que é o senador Cícero. Nunca cogitei a destituição dele, assim como nunca disse que sairia ou que pensava em sair do PSDB. O que é preciso fazer é uma mudança no comando da direção porque houve uma mudança profunda na realidade política da Paraíba. Quem estava no Governo eleito pelo voto foi tirado e substituído por um governador ilegítimo, que perdeu as eleições".
Mesmo adotando esse tom mais duro em relação ao Governo Maranhão III o ex-chefe do executivo paraibano descartou a deflagração de uma caça às bruxas internas dos tucanos: "Estou criticando um Governo que persegue e não vou agir da mesma maneira que ele, perseguindo. Não sou tutor de ninguém", disse, a respeito da postura flexível que alguns tucanos, a exemplo do líder do PSDB na Assembleia têm adotado em relação à gestão de Maranhão.
Cássio também falou sobre o que chamou de partidarização da Justiça e atribuiu à primeira dama do Estado, a desembargadora Fátima Bezerra Cavalcanti um papel especial no processo que pretende inviabilizar sua candidatura ao Senado da República: "O Governador tem dito abertamente que vai tentar inviabilizar minha candidatura. Por que? pelo fato de a primeira dama ser vice presidente do Tribunal de Justiça? A Justiça não haverá de tolerar a partidarização do judiciário. Essa é a lei do tacape? O judiciário é independente".
Durante todo o tempo que esteve na API, Cássio tentou se esquivar das perguntas que versavam sobre seu apoio para o Governo em 2010. A frase usada para justificar a ausência de uma resposta efetiva ao questionamento foi: "Devemos deixar de lado a discussão precoce das eleições e tratar de melhorar a vida dos paraibanos".