O movimento sindical divulgou nesta quarta-feira (9) uma carta aberta ao PT paraibano onde alerta o partido sobre coalização que poderá levá-lo a apoiar candidaturas majoritárias no estado “encabeçadas por golpistas ou que somem legendas para deputados federais e estaduais e futuros eleitos comprometidos com as reformas neoliberais, prejudiciais à sobrevivência da classe trabalhadora e ao desenvolvimento do país”.
Na carta, assinada por diversas entidades, o movimento afirma que o país vive dias de grande incerteza e de forte turbulência nacional, com a democracia brasileira sofrendo constantes
ataques por parte das forças conservadoras e de perda de direitos da classe trabalhadora.
“Por tais motivos é que nós, integrantes do movimento sindical, nos sentimos na obrigação de reivindicar do partido dos trabalhadores (PT), posições mais coerentes com as vozes das ruas, frente ao calendário eleitoral que se avizinha… Em particular, o movimento sindical CUTista, aqui representado pelos que subscrevem a presente nota, cobra coerência e protagonismo político ao partido dos trabalhadores, a fim de evitar que o PT, um partido popular e de massas, que detém a maior bancada na câmara federal, e que possui uma militância extraordinária, comprovadamente o partido mais admirado do país, que tem em seus quadros o maior líder de esquerda da América Latina, o presidente Lula, líder das pesquisas presidenciais com ampla folga, caia na armadilha da política de coalizão, que poderá levá-lo a apoiar candidaturas majoritárias em nosso estado, encabeçadas por golpistas, ou que venha somar legenda para os atuais deputados federais e estaduais, e/ou futuros eleitos comprometidos com as reformas neoliberais, prejudiciais à sobrevivência da classe trabalhadora e ao desenvolvimento do país”, diz o movimento sindica na carta.
“A possível inserção do PT numa chapa formada por dois candidatos ao senado e um candidato a vice-governador com históricos golpista, adeptos das reformas que estão destruindo os direitos dos trabalhadores, é incompatível com a responsabilidade que temos com as mobilizações socais recentes. E, muito embora reconheçamos o importante papel desempenhado e a coerência política do governador Ricardo Coutinho na resistência ao golpe, igualmente consideramos que o PT tem a obrigação de apresentar alternativas de candidaturas coerentes, merecedoras do voto dos trabalhadores e das trabalhadoras. E se, na chapa indicada pelo então governador não existir este espaço, que o PT assuma a responsabilidade de dialogar com as forças políticas de esquerda, e democráticas, na construção de uma aliança alternativa, ou ainda que, no limite, apresente candidaturas próprias, honrando o clamor de sua militância e dos movimentos sociais”, afirma o movimento sindical.