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Trump se entrega à Justiça, é fichado na Geórgia e fotografado pela 1ª vez como réu

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O ex-presidente Donald Trump se entregou à Justiça nesta quinta (24), em uma cadeia no condado de Fulton, em Atlanta, na Geórgia, estado onde ele foi acusado formalmente na semana passada por tentar subverter o resultado das eleições de 2020 para se manter no poder.

Foi a primeira vez em que ele foi fichado como manda o figurino, incluindo a famosa “mug shot”, como é conhecida a foto que as autoridades tiram de acusados por crimes nos EUA. Por tabela, é também a primeira vez que um ex-presidente americano é fotografado ao ser fichado. Trump foi registrado como detento P01135809.

Mais tarde, o ex-presidente desenterrou seu perfil no X, que ainda se chamava Twitter quando ele havia publicado pela última vez, em 2021, para postar a foto com os dizeres, em letra maiúscula, “interferência eleitoral” e “nunca desista”. A mensagem traz link para um site com seu nome no endereço eletrônico, onde ele afirma ter sido preso sem haver cometido crime e, ao fim, pede contribuições entre US$ 24 e US$ 3.300.

Nos outros três processos criminais aos quais ele responde, a procuradoria havia flexibilizado o procedimento, abrindo mão da foto.

Ele chegou à cadeia por volta das 20h30 (horário de Brasília). Muitos apoiadores o aguardavam em frente ao local, assim como alguns de seus opositores. Todo o processo durou cerca de 20 minutos.

Antes de embarcar no seu avião para voltar a Nova Jersey, ele falou brevemente com repórteres. Trump afirmou que não cometeu nenhum crime. “Nós temos todo o direito de questionar uma eleição que consideramos desonesta”, afirmou.

Na ficha registrada, consta que Trump tem 1,91 m de altura e 97,5 kg. O documento ainda o descreve como tendo olhos azuis e cabelos loiros ou “strawberry” (morango, em tradução literal para o português).

A cadeia de Fulton é alvo de investigação do Departamento de Justiça por condições precárias e uso excessivo de força –sete detentos morreram neste ano em circunstâncias ainda não totalmente esclarecidas.

Na segunda-feira (21), advogados de Trump negociaram com os procuradores uma fiança no valor de US$ 200 mil (quase R$ 1 milhão) para que ele responda ao processo em liberdade.

As outras condições do acordo o proíbem de intimidar os outros 18 réus no processo, testemunhas e 30 outros acusados não nomeados. A decisão destaca ataques em redes sociais como uma dessas formas de coerção proibidas.

Trump se apresenta um dia após o primeiro debate das primárias republicanas, do qual ele não participou. A escolha da data ajuda o ex-presidente a mais uma vez chamar para si o holofote do noticiário, ofuscando seus competidores.

Enquanto os canais de TV americanos mostravam o ex-presidente chegando à cadeia com sua escolta, Biden publicou em seu perfil na rede social X, ex-Twitter: “Não é por nada não, mas acho que hoje é um ótimo dia para contribuir para minha campanha”.

O acordo para liberação de Trump é mais rígido em comparação aos formalizados anteriormente. Diferentemente dos outros processos, não deve ocorrer uma audiência de instrução, em que o réu precisa dizer se se declara inocente ou culpado, junto com o fichamento.

Segundo a acusação apresentada pela procuradora Fani Willis, Trump e seus aliados teriam se organizado para mudar o resultado da eleição na Geórgia, estado onde o republicano perdeu por uma diferença de apenas 0,02 ponto percentual.

Em uma ligação por telefone vazada, ele pede a uma autoridade do estado que “encontre” cerca de 12 mil votos –o necessário para reverter o placar a seu favor.

A Procuradoria montou seu caso com base em uma legislação usada no combate ao crime organizado conhecida como Rico (“Racketeer Influenced and Corrupt Organizations”). Além de Trump, há outros 18 nomes listados como réus, o que torna o caso o mais amplo de todos os quatro que têm ele como alvo.

Diversas acusações criminais

São 13 acusações criminais contra o republicano neste processo. Considerando todos os réus, esse número sobe para 41. Elas incluem associação criminosa, apresentação de documento falso, solicitação para que um oficial público violasse seu juramento, e conspiração para falsificar documentos e fazer declarações falsas.

Entre os 18 réus, estão figuras importantes do círculo mais próximo do ex-presidente, como o advogado e ex-prefeito de Nova York Rudy Giuliani e o ex-chefe de gabinete Mark Meadows, que também se apresentou à Justiça nesta quinta.

Giuliani se entregou na quarta e foi solto em seguida, após pagar a fiança de US$ 150 mil (cerca de R$ 730 mil) acordada com a Procuradoria. “Essa acusação é um ultraje”, disse a repórteres após se apresentar às autoridades. “É um ataque à Constituição.”

Também se apresentaram à Justiça nesta quarta os advogados Jenna Ellis, Sidney Powell, Kenneth Chesebro e Ray Smith. Os demais réus têm até esta sexta (25) para se entregarem.

“O réu Donald John Trump perdeu a eleição presidencial em 3 de novembro de 2020. Um dos estados no qual ele perdeu foi a Geórgia. Trump e os outros réus denunciados se negaram a aceitar que ele perdeu e conscientemente e voluntariamente se engajaram numa conspiração para mudar ilegalmente o resultado da eleição em favor de Trump”, afirma a Procuradoria na introdução do documento de 98 páginas que formaliza a acusação.

Nesta quinta, Willis pediu à Justiça que o julgamento do caso seja em 23 de outubro. Trump, por sua vez, fez mudanças na sua equipe de defesa, anunciando que Steve Sadow vai liderar seu time de advogados. Sadow é conhecido na Geórgia, onde já defendeu no ano passado os rappers Gunna, também acusado de associação criminosa, e Usher.

Uma condenação na Geórgia seria um problema maior para Trump do que nos processos a que responde a nível federal, porque mesmo se eleito presidente, ele não poderia conceder a si mesmo um indulto.

O republicano já acumula, no total, 91 acusações contra si –isso sem contar os processos civis, como um por difamação movido pela jornalista E. Jean Carroll, que acusa Trump de tê-la estuprado nos anos 1990, e outro por fraude empresarial.

Nenhuma dessas ações, no entanto, é capaz de tirar o republicano da corrida presidencial –mesmo que seja condenado. Como os Estados Unidos não possuem uma legislação como a Lei da Ficha Limpa, não há nenhum impedimento legal contra a candidatura de um réu ou mesmo de uma pessoa presa.

A crescente lista de problemas com a Justiça, porém, pode atrapalhar sua campanha, com as datas dos julgamentos se misturando com debates, comícios e votações nas primárias (as eleições internas de cada partido para definir quem será o candidato).

Trump diz ser inocente em todos os casos e acusa os procuradores de perseguição política.

 

 

Folha Online

Imagem: Reprodução

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