Acusado de responder processo junto à Corregedoria da Assembleia Legislativa por quebra de decoro parlamentar, o deputado estadual Tião Gomes, presidente do PSL, disse que não se preocupa com a queixa caso ela seja mesmo apresentada por seu colega de partido, Aníbal Marcolino. Tião, que denunciou uma suposta compra de votos na eleição para a mesa diretora da Assembleia Legislativa, pondo 30 dos 36 parlamentares sob suspeita, fez, contudo, algumas exigências:
– Vou ao Conselho de Ética com todo prazer, mas quero a presença do Ministério Público, do promotor Ádrio Leite e também de um juiz para ouvir as minhas declarações. Vou de peito aberto, livre e espontaneamente. A Assembleia é livre e democrática, mas eu exijo que haja um promotor e um juiz no caso.
Ao ser questionado se teria provas a apresentar ao promotor e ao juiz, Tião foi misterioso:
– Quem esperar, vai ver!
Adversário político do presidente da Assembleia Legislativa, Tião foi um dos poucos que não votaram na reeleição de Ricardo Marcelo. Ele e Lindolfo Pires se abstiveram da votação, enquanto outros quatro parlamentares faltaram à sessão na qual o pleito foi realizado.
Ao comentar um dos assuntos de maior repercussão na semana legislativa, Tião fez pouco caso da detecção de grampo telefônico no gabinete da Presidência:
– Faz 20 anos que isso existe. Isso é perda de tempo. O PT e o PMDB conhecem esse negócio de grampo muito bem. O presidente é um grande empresário e tem concorrentes… não se pode dizer que parte de políticos, não.