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Suicídio: Entenda como a hipnoterapia pode prevenir

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Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, até 2020 o Transtorno Depressivo poderá ocupar o segundo lugar a nível mundial, atualmente o quadro classificatório é: cardiopatias, neoplasias e acidentes de trânsito, mas o prognóstico é a depressão ultrapassar as duas últimas.

Alguns estudos indicam que os maiores fatores de risco são os transtornos mentais como: depressão, transtorno bipolar, dependência química (drogas lícitas ou ilícitas); como também doenças relacionadas ao sistema imunológico como as neoplasias e AIDS.

O isolamento, ou seja, a solidão é um dos principais fatores que precede a depressão.

O suicídio é a única ação destrutiva na qual o autor e a vítima são a mesma pessoa.

Avaliando o Risco do Suicídio

Quando o foco principal do cuidado em saúde é o suicídio, torna-se indispensável que o profissional que realiza o atendimento faça a avaliação do seu risco, pois apenas com base nos resultados estará apto a planejar e pôr em prática a terapêutica mais apropriada ao caso que hora atende.

Para tanto, é indispensável que detecte o grau de intencionalidade suicida (ideias suicidas). Evitando, dessa forma, que seja surpreendido com uma tentativa frustrada ou até uma consumação do ato, com resultado fatal. Muitas vezes é comum se ouvir dos familiares as seguintes expressões: “ele parecia tão bem”, “tinha tudo para viver”. Isto significa dizer que o terapeuta e familiares não perceberam a existência dos sinais de desejos suicidas.

Na avaliação é também necessário procurar detectar a familiaridade do paciente com doses letais de medicamentos; além de instrumentos suicidas como faca, armas de fogo e soporíferos. Deve-se ter em mente a existência de alguém que seja próximo e possa atuar eficazmente na detecção da ideia suicida e, caso seja efetivada, possa levá-lo imediatamente para atendimento médico e hospitalar.

Sinais de planejamento suicida inclui declarações como: “não mereço viver”, “quero acabar com tudo”, “não vou mais melhorar”, “sou um fardo para todo mundo”. Pode também produzir expressões de forma indireta, “acho que está chegando a hora de vocês não me verem mais”, “quero agradecer por tudo que fizeram por mim”. Segundo informações de pesquisadores, é importante notar que pacientes que conseguiram êxito no suicídio, haviam ido ao médico psiquiatra na semana anterior. (YESSLER, GIBBS E BECKER, 1961)

Na nossa prática clínica, a experiência tem demonstrado que alguns pacientes apresentam um sentimento de desesperança exacerbado pela forma patológica de encarar o mundo e a si mesmo, caracterizando a existência de crenças limitantes.

No trabalho de avaliação do risco de Suicídio adotamos como suporte a Escala de Desesperança Beck – BHS e a Escala de Ideação Suicida Beck – BSI.

Suicídio e Covardia: Diálogos

“Temo somente uma coisa: não ser digno do meu tormento”. (Fiódor Dostoiévski, 1854)

Muitas pessoas já ouviram falar em suicídio, mas o que poucas conseguem entender é o porquê o fato acontece. De acordo com a nossa constituição publicada em 1988, todos têm direito à vida; dessa forma, como alguém pode querer abrir mão do seu direito a ela? Sendo este o bem maior e precioso dessa pessoa, considera-se como algo que definitivamente não tem preço.

O que será que passa na vida de um suicida? Será mesmo que a perda de um grande amor, dívidas, doenças, depressão, são realmente os motivos para uma pessoa que sempre teve uma vida, dita normal, atentar contra sua própria vida?

O suicida, muitas vezes, ameaça, sinaliza. Nessa fase, ele já está em planejamento; possivelmente até fará alguma tentativa no intuito de ser visto e, mesmo contido em seu propósito, ocorre que, em alguma dessas tentativas, pode acontecer de alguém não chegar a tempo e o fato seja consumado.

Em nossa atividade com o suicídio, foi-nos possível observar que na mente do suicida ele se sente desamparado e desesperançado. O indivíduo sente-se incompetente e fracassado, fraco, vulnerável e perdedor, e sem objetivos para viver.

A conquista da confiança do indivíduo

Nos casos de Depressão, com ou não indício de suicídio, na maioria das vezes é o familiar que conduz o paciente pela primeira vez ao consultório do psicólogo clínico – hipnoterapeuta ou psiquiatra. Neste primeiro contato, é de crucial importância a conquista de sua confiança e o estabelecimento de uma relação terapêutica eficaz e empática.

Este processo é chamado de rapport, que significa relação harmônica e confiante. Nesse mesmo momento, faremos sua anamnese, observando a evolução do seu quadro clínico, a medicação utilizada, se há parentes que também tem ou tiveram quadros parecidos. Estando já medicado, será reforçado a necessidade de manter e cumprir as orientações do seu psiquiatra na ingestão da medicação da forma que foi prescrita, para que seus sintomas possam ser reduzidos e a Psicoterapia possa ajudá-lo de forma mais eficiente e eficaz.

No caso do deprimido, observa-se que ele está descompensado, desenergizado e respira apenas o mínimo para se manter vivo. Neste caso, vamos inicialmente reensiná-lo a respirar, em especial a respiração profunda, para que ele se energize e comece, por meio da expiração, a limpar as toxinas que vem lhe envenenando há dias, meses, anos.

É necessário que limpe o que precisa ser excluído, que saia do seu corpo e mente o que precisa sair; além do estabelecimento de pequenas metas iniciais, como por exemplo: forrar sua cama ao acordar, caminhar três vezes por semana (quinze minutos) acompanhado, no primeiro mês. Na segunda ou terceira sessão, faremos a revisão de suas metas e acrescentaremos outras; sempre lembrando-o que o sucesso da terapia depende unicamente dele, que é necessário que tenha atitude mental positiva como: “isso é bom e quero para mim, faz sentido, cada vez que cumpro minha meta, me sinto melhor e mais confortável”.

No nosso entendimento, deve-se utilizar técnicas da Psicologia Positiva, ótica criada, na segunda guerra mundial, pelo médico psiquiatra Austríaco Viktor Emil Frankl, nascido em Viena, 26.03.1905 e falecido também em Viena, 02.09.1997. Ele foi o criador da logoterapia, cujos princípios tem como foco o sentido da vida.

Sobreviveu aos dois mais temíveis e letais campos, Auschwitz e Dachau; foi o ex-prisioneiro nº 119.104, Viktor Frankl, um ser humano maravilhoso e iluminado, foi considerado o pai da logoterapia, a cura através do sentido. Como um homem desse resistiu e sobreviveu aos inúmeros convites ao suicídio nos campos nazistas? Uma das mais belas frases dele para mim é: “Nunca pergunto a Deus por que estou passando por isso, mas o que ele quer me ensinar com isso”.

Nos meus atendimentos para os casos de depressão, com ou não indício de suicídio já na primeira sessão recomendo tarefas comportamentais como: forrar a cama. Isso simboliza começar a arrumar sua vida logo cedo.

Luz e Sombra: a correção das forças energéticas

A luz e a sombra são forças energéticas opostas, que levarão a pessoa a caminhos diferentes. Quando se está bem consigo no nível pessoal, profissional e afetivo, o ser humano vai fluindo em paz, satisfação e harmonia, ou seja, está equilibrado em sua ciclotimia. No entanto, algo novo e diferente acontece, é como se o tapete mágico das mil e uma noites fosse puxado e sem opção alguma, ocorre um “desabamento da vida”, a luz submerge e a sombra emerge.

A sombra é um dos arquétipos da Psicologia Analítica do Carl Gustav Jung e passa a ocupar o espaço destinado ao equilíbrio psicossomático do corpo/mente, ocupado anteriormente pela luz. Integralmente, a sombra significa ausência de luz, é o aspecto mais sombrio, oculto e negro da mente humana, são as experiências negativas e reprimidas; é o polo negativo de cada um, não exatamente um trauma. É a imagem de cada um de nós que em algum momento da vida emerge e sufoca a luz.

No caso do Transtorno Bipolar em que há uma ciclotimia: no alto temos a elação, e na base a depressão e a linha oscilante da normalidade; em ambos os casos, faz-se necessário o uso da medicação apropriada para a correção dos excessos e evitar que a sombra emerja e assuma o controle da situação.

A sombra é a imagem de nós mesmos oriunda do inconsciente, que desliza em nossa esteira quando caminhamos em direção a luz. Sobre este tema, a letra da música Travessia, de autoria de Fernando Brant e Milton Nascimento serve também de base para o nosso trabalho, citamos aqui um trecho que consideramos de grande importância:

Vou seguindo pela vida
Me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte
Tenho muito que viver

Tratamento e Terapêutica: Prevenção e Posvenção do Suicídio

Recomendamos o uso de terapêuticas de parceria nos casos de depressão, a Psicologia Clínica, Hipnoterapia e Psiquiatria, por entender que é indispensável neste caso a prescrição medicamentosa e seu cumprimento na íntegra. Dessa forma, haverá inicialmente a retomada do equilíbrio interno e a estabilização do humor do paciente.

Ao usarmos a Hipnoterapia, potencializaremos a terapêutica aplicada. Trata-se de uma atividade legitimada pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP): Art. 1º – O uso da Hipnose inclui-se como recurso auxiliar de trabalho do psicólogo, quando se fizer necessário, dentro dos padrões éticos, garantidos a segurança e o bem estar da pessoa atendida (Resolução CFP, Nº 013 de 20.12.2000).

A partir de sua atitude mental positiva: “isso é bom e quero para mim”. Iremos buscar no paciente sua emoção primária, aquele sentimento devastador, que costumamos chamar de cena nuclear ou evento causador inicial, ou seja, um fato muito desagradável que aconteceu em algum momento da vida dessa pessoa. O evento que causa um enorme sofrimento psíquico.

Desse modo, o corpo/mente dessa pessoa passa a agir e reagir em função desse sintoma; sempre que o gatilho, em algum momento, é disparado, a pessoa se entristece e fica deprimida.

Como cada caso clínico é único, em nossa prática de atendimento agimos da seguinte forma: na primeira sessão trabalhamos a anamnese, rapport e pre-talk, escuta relaxada e análise funcional das queixas do paciente e ensinamos o paciente a respirar corretamente. Na segunda e terceira sessões, damos continuidade ao aprendizado, ato de respirar corretamente e do relaxamento progressivo.

Pautando-nos no princípio de que toda doença é um sintoma, um caminho a ser seguido na busca da causa, a cena nuclear ou evento causador inicial (eci), havendo a necessidade, a partir da quarta sessão, utilizaremos a hipnoterapia; sempre no objetivo de auxiliar, complementar ou potencializar a terapêutica em aplicação, na busca da emoção que, de alguma forma, ficou registrada no subconsciente a partir de alguma experiência negativa.

No caso da depressão, poderemos usar induções hipnóticas de: limpeza, relaxamento, lugar seguro, regressão, perdão, projeção do futuro e ressignificação de todo conteúdo emergido do subconsciente.

A Hipnoterapia

“A lei da mente é implacável. O que você pensa, você cria; O que você sente, você atrai; O que você acredita torna-se realidade”. Buda

Na hipnoterapia faz-se um encontro do eu adulto que sofre com os ecos de um momento traumático que seu eu criança passou em tenra idade, ou ainda de situação traumatizante vivida recentemente, como por exemplo: separação conjugal, perda de ente querido; situações que deixaram o paciente triste e angustiado.

É na ressignificação desse encontro que ocorre um novo entendimento do sofrimento psíquico do adulto, dessensibilizando-o, possibilitando que volte a fluir a energia vital naturalmente pelo corpo. Para facilitar este entendimento, recomendamos, assistir ao filme Duas Vidas com Bruce Willis.

Nossa proposta terapêutica pode ser usada tanto na perspectiva da prevenção como na posvenção do suicídio. Este diz respeito aos cuidados que devem ser tomados durante o processo de luto do suicídio, uma vez que compreende o período de ajustamento após um evento de morte experimentado por membros da família, amigos e colegas que tiveram alguma relação ou vínculo com quem foi a óbito.

Este público alvo é também chamado de sobreviventes do suicídio. Esse cenário pode propiciar, aos que sobreviveram, um distúrbio da ansiedade denominado Transtorno do Estresse Pós Traumático – TEPT, que é um quadro de sintomas físicos, psíquicos e emocionais decorrentes de quem vivenciou uma situação de extremo estresse ou violência contra si ou sofrida por quem se tem afeto (suicida).

Na posvenção, nos casos em que há uma exacerbação do sofrimento psíquico decorrente dessa irreparável perda do ente querido pela morte por suicídio, o ideal é que haja um suporte psicológico que possa colaborar na minimização da saudade, dor e em alguns casos a culpa (“eu devia ter feito algo para evitar essa catástrofe e não fiz”). Isso porque os sobreviventes passam a integrar um grupo específico de risco de suicídio.

Nunca subestime um suicida, toda pessoa que atenta contra sua própria vida, um dia ameaçou tirá-la. Sempre procure ajuda! Seja para alguém ou para você mesmo. Sempre há tempo para viver, para ser feliz e para realizar sonhos. Procure um profissional de saúde mental, pois depressão é uma doença, e doença precisa de tratamento. Inspirados na letra da música Mais uma vez, de Renato russo e Flávio Venturini, entendemos que “quem acredita sempre alcança”.

É isso. Se gostou do artigo, deixe seu comentário e compartilhe com seus amigos e familiares, quem sabe você não salva uma vida?! Até breve!

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