O presidente do diretório do PT da Paraíba, Jackson Macêdo, não esconde sua preocupação com a tendência majoritária da legenda que defende candidatura própria na capital. Enquanto Luciano Cartaxo e Cida Ramos, ambos deputados estaduais, disputam a indicação do partido à sucessão municipal, Jackson analisa que o quadro ficará polarizado entre o atual prefeito Cícero Lucena e um nome da direita, que pode ser Marcelo Queiroga (PL) ou Ruy Carneiro (Podemos). Sendo assim, o PT teria sérias dificuldades de sobressair nas urnas em outubro.
“A candidatura do PT tem muita força. Se vence a eleição, eu não sei. O cenário que está se montando é muito difícil para o PT. Eu tenho dito internamente que quem quer que seja vai enfrentar muitas dificuldades. Vamos enfrentar a máquina pública, a divisão da nossa federação… Sargento Dênis já disse que o PV vai estar com Cícero. Isso é um problema. Outro é que os principais partidos do campo progressista de João Pessoa começam a apoiar Cícero. Mas, eu não sou maluco de malhar em ferro frio. Percebo que dentro do PT é quase unanimidade a vontade de disputar a eleição. Eu tenho como dirigente o direito de falar do risco de isolamento e do risco de perdermos nosso único mandato de vereador, mas a militância insiste nessa tese e eu vou acompanhar a maioria”, resumiu.
Pessoalmente, Jackson defende o nome de Cida Ramos caso a candidatura própria seja aprovada internamente. “Espero que seja o nome dela e que todo mundo vá para a campanha defender o que a maioria aprovar”, explicou Jackson.
O presidente do PT de João Pessoa afirma que a deputada se manteve alinhada com a ideologia petista mesmo quando esteve filiada ao PSB: “Quando Fernando Haddad foi candidato, Cida foi às ruas conosco. Ela nunca disse que o PT era um partido corrupto”, declarou, numa clara alfinetada em Luciano Cartaxo, eleito prefeito de João Pessoa em 2012 pelo PT e que depois deixou a legenda.
As declarações foram dadas em entrevista ao Correio Debate da 98 FM.