A população mundial atingiu 8 bilhões nesta terça-feira (15), de acordo com estimativas das Nações Unidas (ONU). Segundo o organismo internacional, nesse contexto, o aumento nos nascimentos em países de baixa renda é uma das preocupações para as próximas décadas.
Se por um lado o envelhecimento de populações de nações desenvolvidas preocupa, o crescimento no número de habitantes do planeta agrava riscos ambientais, como o desmatamento e o aquecimento global.
Entenda o que esse novo marco da população mundial significa para as próximas décadas:
Desaceleração do crescimento populacional
Grande parte do crescimento da população mundial ocorreu no século passado, com melhor padrão de vida e avanços na saúde, que ampliaram a expectativa de vida. A população mundial saltou de apenas 2 bilhões, em 1927, para 6 bilhões, em 1998. Ainda assim, há sinais que a velocidade de crescimento está diminuindo.
O crescimento anual da população está agora em seu nível mais lento desde 1950. Embora tenha levado 12 anos para a população mundial saltar um bilhão, levará 15 anos para atingir o próximo marco e cerca de mais duas décadas depois disso, mostram as projeções da ONU.
Menos bebês em países ricos
A desaceleração é em grande parte impulsionada por países ricos. O alto custo de criar um filho e a queda nas taxas de casamento estão levando países que vão da Coréia do Sul à França a enfrentar declínios populacionais. Isto quer dizer que não nascem bebês suficientes para “substituir” os idosos.
Já há governos recorrendo a medidas de incentivos para o crescimento populacional como pagamentos e melhores empréstimos habitacionais para famílias com mais filhos. A ONU, no entanto, vê poucos sinais de que essas políticas mude a situação.
A projeção das Nações Unidas é que, nas próximas três décadas, o número de pessoas com menos de 65 anos em países de renda alta e média-alta diminuirá, enquanto a demografia mais velha acima dessa idade crescerá.
Baby Boom em nações mais pobres
A ONU prevê que muito do crescimento populacional futuro do mundo estará concentrado em países de baixa renda, com apenas oito respondendo pela maior parte de um aumento projetado até 2050. A maior parte são países da África subsaariana, como Nigéria e Etiópia, assim como outras nações emergentes como Índia, Paquistão e Filipinas.
Isso cria um desafio para esses países, que já sofrem com uma renda per capita relativamente baixa. Com mais jovens provavelmente sobrecarregando recursos limitados, como educação e saúde, países e organizações sem fins lucrativos estão tentando aumentar a conscientização sobre questões como controle de natalidade para reduzir as taxas de crescimento populacional nesses países.
Cenários apocalípticos improváveis
Houve cenários apocalípticos frequentemente pintados no passado sobre um aumento populacional global – incluindo aqueles popularizados por “The Population Bomb”, escrito pelo professor de Stanford Paul Ehrlich em 1968, que alertou sobre a fome em massa. Isso não aconteceu devido aos avanços na tecnologia agrícola e à desaceleração nas taxas de fertilidade.
Mesmo assim, a ONU adverte que o crescimento populacional contribuiu para danos ambientais, ao mesmo tempo em que impulsiona o aquecimento global e o desmatamento.
O Globo