A Polícia Federal e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público da Paraíba (MPPB), monitoraram um encontro entre investigados na operação “Em Passant”, que investiga influência de facção criminosa nas eleições municipais de Cabedelo. O encontro teria ocorrido no dia 21 de outubro com a participação do prefeito eleito de Cabedelo, André Coutinho, o vereador Márcio Silva e a ex-servidora pública de Cabedelo, Flávia Monteiro. Flávia, que está presa, é apontada pelos investigadores como elo de ligação entre traficantes e os agentes públicos.
Imagens de câmeras mostram a chegada do vereador Márcio Silva ao apartamento, assim como do prefeito André Coutinho e de Flávia Monteiro.
O encontro é apontado como um dos elementos que embasou a inclusão do vereador Márcio Silva na investigação. Até então, ele não era investigado e foi a partir dessa reunião que ele passou a ser investigado pela PF.
Representação encaminhada pela Polícia Federal à Justiça aponta que o encontro teve “como finalidade acalmar os ânimos de Flávia. É que antes do encontro, no dia 21, Flávia teria ido ao Hospital Municipal de Cabedelo reclamar com a direção do hospital porque uma parente sua, que tinha sido contratada por excepcional interesse público pelo município, havia sido desligada do emprego. Na ocasião, Flávia, conforme consta na representação da PF enviada à Justiça, teria gritado e ameaçado fazer denúncias caso o contrato de sua nora fosse rescindido.
Dias antes, em 18 de outubro, ela havia sido alvo de busca e apreensão durante a primeira fase da operação desencadeada pela PF e o Gaeco.
Depois desse episódio no hospital ela participou do encontro com o prefeito eleito André Coutinho, que é aliado do prefeito Vitor Hugo e o vereador Márcio Silva, conforme as imagens.
Essa reunião teria desencadeado a ampliação da investigação que estava sendo feita pela PF, incluindo o vereador Márcio Silva, o prefeito eleito André Coutinho e também o prefeito Vitor Hugo, que foram alvos da segunda fase da operação. Flávia, inclusive, foi presa nessa segunda fase.
Os três, André Coutinho, Márcio Silva e Vitor Hugo, negaram qualquer envolvimento com as práticas investigadas e disseram estar à disposição da Justiça – para colaborar com as apurações.