O senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) discutiu hoje à noite com o colega Eduardo Girão (Podemos) durante a sessão que acabou reelegendo Rodrigo Pacheco (PSD) por 49 votos contra 32 na presidência do Senado. Girão, que havia renunciado à sua candidatura em favor do ex-ministro Rogério Marinho (PL) queria mostrar a cédula de seu voto e foi avertido pelo paraibano que a votação era secreta e o regimento não permitiria o anúncio de voto.
“Eu estou aqui desde 2019. Nós entramos juntos, vários colegas aqui. Nós tivemos duas eleições, em que dezenas de Senadores mostraram o voto e não aconteceu esse tipo de intimidação que essa Presidência está fazendo aqui. Isso não pode acontecer. O brasileiro já tem uma imagem desta Casa que a gente precisa recuperar juntos, independentemente de quem ganhar. Faz parte do jogo democrático, independentemente de quem ganhar. Agora, a gente colocar, no início disso, uma penumbra, numa eleição em que todo mundo… O brasileiro está mobilizado, pedindo para os Senadores votarem em aberto. Vota quem quer – vota quem quer. Agora, o senhor proibir de a gente mostrar o voto, dizendo que vai anular o voto, já vai começar mal. Já vai começar mal”, reclamou Girão.
“Senador Eduardo, eu não vou tomar a sua provocação, para não dizer agressão, dirigindo-se à Mesa, a dizer que nós… Estamos aqui a não ser com aquilo que sempre fomos. Meu perfil sempre me caracterizou da maneira como esse Colegiado bem o sabe. Eu estou trazendo informações que V. Exas. sabem tanto quanto eu, regimentalmente, que é uma votação secreta. Fui questionado por S. Exa. Senador Alessandro Vieira no tocante àquele ou àquela que desejar fazer o anúncio do seu voto. Eu apenas registrei que muito melhor seria que assim não fosse feito para garantir o processo harmonioso e previsto pelas regras regimentais. Não há absolutamente nada desta Mesa, senão continuar o processo que nos leve à definição que todos nós desejamos ter, Senador Eduardo Girão”.
O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) continuará no comando do Senado no biênio 2023/2024. escolha foi feita após a posse dos 27 eleitos em outubro, de acordo com procedimentos definidos pelo Regimento Interno. A votação, secreta e realizada em cédulas de papel, foi comandada pelo atual vice-presidente Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) e exigiu a presença da maioria absoluta dos parlamentares, ou seja, 41, mesmo número necessário para a escolha do presidente. Se nenhum deles obtivesse tal marca, haveria novo turno de votação.
Falta definir agora o restante da Mesa, da qual fazem parte também o primeiro e segundo-vice-presidentes e primeiro, segundo, terceiro e quarto-secretários com seus suplentes. A escolha será feita em nova reunião preparatória, prevista para esta quinta-feira (2), às 10h.
com Agência Senado