O jornal A União, em sua edição deste domingo, 15 de agosto, veiculou, em página inteira, uma entrevista das mais oportunas com o advogado Solon Henriques de Sá Benevides (ou, simplesmente, Solon Benevides), aludindo-se ao seu mais novo livro, este de título “Facções Criminosas e Ideologia de Poder no Brasil”.
Como se nota, reporto-me à entrevista, porquanto ainda não tive oportunidade de ler o livro que, conforme a matéria de A União, foi lançado “nesta semana”, obviamente se referindo ao período de 8 a 14 de agosto corrente. Considere-se, também, que não sou jurista, o que caracteriza não ter a competência profissional adequada para uma análise específica a respeito dessa obra, embora “ideologia de poder” abranja conhecimentos que vão além ao do campo do Direito.
Antes que se possa questionar a intromissão destes escritos e especialmente a alusão ao advogado Solon Benevides e seu novo livro, isto por parte de quem nem advogado é (mesmo que, em meu caso, tenha estudado Direito até o 4º período nos tempos do inesquecível cônego José Trigueiro do Vale como reitor do Unipê), devo registrar que sou admirador da pessoa e do profissional Solon Benevides desde 1991/1992, em que ele (Solon) atuou como titular da Secretaria de Administração do Estado, e, de minha parte, ainda exercendo funções como servidor estadual naquela secretaria, integrando a Comissão de Acumulação de Cargos presidida pelo inesquecível então procurador José Bonifácio Lobo, que depois, claro que por concurso, ingressou na magistratura, compondo o TJPB.
Pois, bem! Esta entrevista de Solon Benevides, publicada em A União, importa que seja lida não só pelo chamamento que referido jornal fez com a declaração do próprio Solon: “É importante aperfeiçoar as instituições e a democracia”. Como dito na respectiva reportagem, esse livro “Facções Criminosas e Ideologia de Poder no Brasil” é fruto de uma pesquisa acadêmica feita por Solon Benevides para conclusão de seu pós-doutorado pela Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha.
Da entrevista, especificamente, e aproveitando este espaço, preciso enfatizar algumas das declarações de Solon Benevides: – “A essência do livro trata do início da criminalidade no Brasil e o surgimento das facções criminosas”; – “A falta de geração de emprego e renda, de trabalho, fez com que uma parte das pessoas migrasse para a atividade criminosa”; – “É muito importante que a gente aperfeiçoe as instituições porque as instituições estão acima dos homens”; – “A partir do momento que os homens estejam acima das instituições, nós não temos democracia”.
Para concluir, faço como minhas as palavras de Solon Benevides na conclusão da entrevista: – “Temos de investir em educação porque um povo que tem educação, o jovem que tem acesso à educação, não vai se filiar, não vai migrar para uma facção criminosa. Investir em educação é a grande solução para o país”.