O deputado federal Efraim Filho foi promovido. A partir de 2023 ele deixará a Câmara e passará a ocupar uma cadeira no Senado Federal. A vitória de Efraim, com 617.477 votos, tem alguns significados que merecem ser destacados.
Historicamente, a escolha dos candidatos ao Senado eram feitas dentro de gabinetes, pelo candidato ao Governo, pelo governador no mandato e pelas lideranças partidárias. A partir daí, o “ungido” era apresentado às demais lideranças do grupo e a campanha começava.
Efraim Filho quebrou essa lógica. Ele decidiu ser candidato ao Senado e botou o bloco na rua um ano e meio antes da eleição. Muita gente questionou e até mesmo desacreditou das chances do rapaz conseguir ser eleito. Ninguém é candidato de si mesmo. É verdade. Mas, o projeto de Efraim para além da política nos ensina como atingir um objetivo.
Você traça a meta. Anuncia onde você quer chegar. E aí vem a parte mais difícil. Viabilizar o seu intento. É nessa parte da busca pelo sonho que muita gente se perde.
No caso concreto, para deixar de ser candidato de si mesmo para ser viabilizado eleitoralmente, Efraim focou nos prefeitos e colocou em prática o que ele chamou de “pè na estrada”. Saiu catando o aval dos gestores municipais e depois de muito andar chegou a mais de 100. Com esse arcabouço ele insistiu para que o governador João Azevedo abraçasse a candidatura. João demorou como quem sinalizava que não estava interessado. Mas, Efraim não parou. Rompeu com João e encontrou em Pedro Cunha Lima o parceiro para manter a caminhada rumo ao Senado.
Do lado de João, Aguinaldo Ribeiro, o preferido, disse “Não, obrigada”. O governador partiu para um plano B menos de dois meses antes da eleição e essa correria favoreceu o candidato do União Brasil. Ricardo Coutinho que liderava todas as pesquisas não conseguiu ser considerado elegível a tempo das eleições e os eleitores do Mago possivelmente desembarcaram da candidatura dele literalmente em frente às urnas. Com as dificuldades dos outros, o projeto Efraim deu certo e ele se elegeu.
Desse episódio eleitoral, a gente entende que um sonho pode virar realidade. Para isso, não basta apenas sonhar. É fundamental elaborar um plano para chegar ao objetivo e persistir. Muitas dificuldades aparecerão pelo caminho, mas seguir em frente e manter o foco é boa parte do trabalho a ser feito. Efraim contou com a sorte? Em certa medida, sim. Mas, se não fosse o trabalho, o foguete não teria ido muito longe da base.