Mesmo com alta, 51 pacientes são abandonados em clínica da capital

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O Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira abriga hoje 51 pacientes que tiveram alta médica, mas foram abandonadas pelos familiares. Alguns já vivem há 30 anos no local e passaram a ser chamados de “pacientes residentes”. O abandono já foi comunicado ao Ministério Público do Estado. Para evitar que pessoas deixem familiares e dêem endereços e nomes falsos, o Serviço Social do complexo está fazendo uma triagem rigorosa e, agora, só aceita pacientes com identificação e comprovante de residência.

“São 24 mulheres e 27 homens que podemos dizer que moram aqui, porque não têm para onde ir”, disse a assistente social do Complexo Juliano Moreira, Maria Nadja de Araújo Aureliano. Ela explicou que esses pacientes já estão recuperados e poderiam estar morando com os seus familiares, mas, ao internarem seus doentes, eles forneceram endereços errados para que não fossem localizados.

Maria Nadja disse que, em muitos casos, os profissionais do Serviço Social foram até os endereços informados pelos familiares dos pacientes, mas quando chegaram aos locais os imóveis estavam fechados. “Depois que deixam o paciente aqui no Juliano, essas pessoas se mudam para outro bairro ou cidade ou até mesmo vão embora do Estado para não serem localizadas”, comentou.

A assistente social explicou que todos os casos de abandono já foram comunicados à Curadoria do Cidadão, mas, até agora, nenhum familiar foi localizado e, por causa disso, os 51 pacientes permanecem no complexo.

Dinheiro – Maria Nadja de Araújo explicou que existe o caso de dois pacientes que têm uma boa pensão, mas os responsáveis que recebem o dinheiro, dificilmente aparecem para visitar os parentes. Outros quatro pacientes têm o benefício da aposentadoria do INSS, mas nunca viram esse dinheiro, porque os responsáveis nunca aparecem no Juliano Moreira. “Esses casos também já estão na Curadoria do Cidadão”, disse a assistente social.

A assistente social explicou que há casos em que o paciente é encontrado na rua e trazido ao complexo, pela Polícia Militar. “Geralmente essas pessoas não possuem nenhum documento de identificação e mais uma vez temos que recorrer ao Ministério Público para resolver o problema”, disse.  De acordo com ela, depois que passa a crise, essa pessoa trazida pela polícia não se lembra onde mora e, por isso, ficam no Juliano ou são levadas para abrigos.

Papel da família – A superintendente do Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira, Clélia Lucena de Andrade Gomes, lamentou a situação de abandono familiar em que se encontram esses internos e destacou que a família desempenha um papel importante na recuperação e cura dos pacientes. “Se o paciente recebe atenção, amor e carinho, a sua cura acontece com maior rapidez e eficiência”, disse.

Ela destacou que, durante os eventos realizados em datas comemorativas do ano, o Juliano Moreira vem fazendo um trabalho de conscientização junto à população, com o objetivo de acabar com o estigma e o preconceito contra pessoas com distúrbios mentais. 

Entre as atividades que visam a ressocialização da pessoa com distúrbios mentais, ela destacou as oficinas terapêuticas e as festas que são realizadas em datas comemorativas, a exemplo do Carnaval, Páscoa, São João, 7 de setembro e Natal. “Nesses eventos, a participação dos familiares e da sociedade como um todo é imprescindível, pois representa um momento de aproximação, afeto e carinho entre o paciente, a família e a sociedade. Esse contato é de grande importância para a cura desse interno”, disse Clélia Lucena.

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