A juíza Flávia de Souza Baptista, da 2ª Vara Criminal de Campina Grande, recebeu nesta sexta-feira (19) duas ações penais que tinham sido propostas pelo Gaeco, do Ministério Público, na investigação da Operação Cifrão, que apurou fraude, desvio de dinheiro, superfaturamento e outras práticas na execução de obras do Sistema S na Paraíba. As ações haviam sido protocoladas na Justiça e a juíza estava analisando o conteúdo e agora recebeu as duas ações, tornando réu o presidente da Federação das Indústrias da Paraíba (Fiep), Francisco Benevides Gadelha, o Buega, além de outras pessoas.
Uma das ações denuncia além de Buega, o empresário Waldeberto Leite de Oliveira, Catarina Rocha Bernardino de Oliveira, Francisco Petrônio Dantas Gadelha e Kelline Muniz Vieira. O grupo é suspeito de direcionar uma concorrência para a contratação pelo Sesi da Construtora Absolute por R$ 3,7 milhões. Também é apontado superfaturamento em quase R$ 500 mil. Esse processo fraudulento teria contado com a liderança de Buega Gadelha. Todos denunciados na ação viraram réus.
A segunda denúncia tem como alvos o presidente da Fiep, Buega Gadelha, o empresário Alaor Fiuza Filho, Chenia Maia Camelo Brito, Francisco Petrônio Dantas Gadelha, François de Araújo Morais, Janildo Sales Figueiredo, e Carlos Estevam de Souza Galvão, que também viraram réus. Ela trata de indícios de fraudes na contratação da construtora Roma por R$ 2,8 milhões para execução de obras de construção e reforma dos Centros de Atividades do SESI.
Na época em que foi deflagrada a Operação Cifrão o presidente da Fiep, Buega Gadelha, convocou uma coletiva de imprensa e afirmou que não houve qualquer tipo de irregularidade nas contratações.
No último dia 8 o desembargador Paulo Maia Filho, do Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região, determinou o retorno de Francisco Benevides Gadelha, o Buega, à presidência da Federação das Indústrias da Paraíba (Fiep). O presidente tinha sido afastado do cargo no dia 4, quando uma liminar foi concedida numa ação do Sindiplast pela da 2ª Vara do Trabalho de Campina Grande, através do juiz Arnaldo José Duarte do Amaral.
Na sentença do dia 8, o desembargador Paulo Maia afirma que a suspensão do afastamento de Buega Gadelha deve acontecer porque as denúncias que ele responde na Operação Cifrão ainda não foram apreciadas pelo Judiciário.
Buega foi denunciado pelo Ministério Público Estadual por irregularidades em obras realizadas pelo Sistema S na Paraíba. Pesam contra ele acusações de superfaturamento e desvio de dinheiro.