O júri do empresário Johannes Dudeck, de 36 anos, acusado de estuprar e assassinar a estudante de Medicina Mariana Thomaz no dia 12 de março de 2022, será retomado hoje de manhã. Havia a expectativa de que a sessão fosse concluída no fim da noite ou na madrugada, mas o juiz Antônio Gonçalves Ribeiro Júnior decidiu que os jurados deveriam descansar à noite para concluir suas avaliações sobre o caso durante o dia. O júri começou às 9h desta quinta-feira e incluiu os depoimentos de testemunhas de defesa e acusação, do acusado e também um prazo de 1h30 em que os representantes da defesa e da acusação puderam expor suas alegações.
Johannes não respondeu às perguntas do Ministério Público, mas respondeu a todas do juiz e dos jurados, que fizeram muitos questionamentos. O empresário alega que a morte de Mariana não foi causada por ele, mas que a moça teria feito uso de drogas e álcool naquela noite e, por isso, sofrido um mal súbito.
A família de Mariana Thomaz veio de Fortaleza, onde mora, para acompanhar o júri popular que vai decidir o destino do homem apontado como responsável pela morte da estudante.
Mariana se envolveu com Johannes e foi ao apartamento dele no dia 12 de março, quando morreu. O empresário chamou o SAMU e alegou que a moça teria sofrido convulsões, mas quando a equipe chegou desconfiou de morte violenta e a Polícia Militar foi acionada.
Conforme os autos, a investigação observou sinais de esganaduras. Johannes foi preso no local e encaminhado para um presídio especial de João Pessoa. O relatório final do inquérito indicou os crimes de feminicídio e estupro, conforme informações obtidas do laudo tanatoscópico do Instituto de Polícia Científica (IPC), exame feito para comprovar a existência de violência sexual.
O feminicídio de Mariana Thomaz resultou na edição da Lei Estadual 12.297/22 (Lei Mariana Thomaz) que determina, entre outras medidas, que as instituições estaduais de assistência e acompanhamento às mulheres promovam a divulgação dos sites e demais locais de consulta sobre os antecedentes criminais de terceiros. A ferramenta disponibilizada para esse tipo de consulta é gerenciada pelo Tribunal de Justiça da Paraíba e pode ser acessada aqui.