O professor Cézar Dantas de Moura, de 50 anos, morreu na madrugada de hoje no Hospital da Restauração, em Recife, Pernambuco, com suspeita de contágio pelo coronavírus. A internação do irmão do jornalista Helder Moura, contudo, se deu por outro motivo. Ele havia sofrido aproximadamente 20 dias atrás um acidente de motocicleta no qual teve uma perfuração no pulmão e uma costela fraturada. Cézar foi encaminhado para atendimento médico na capital pernambucana porque mora em Orobó, uma cidade na divisa entre a Paraíba e Pernambuco. Lá, recebeu cuidados e foi colocado um dreno para retirada de secreção que se acumulava no pulmão.
De alta, retornou para suas atividades em Orobó, mas piorou sensivelmente e teve que voltar ao Hospital da Restauração para novos procedimentos. De acordo com Helder, ele recebeu muitas doses de antibióticos e teve a função dos rins prejudicada.
Como o ferimento foi na região pulmonar, uma tomografia apontou pneumonia. Cézar, então, teve que ser submetido a transfusão de sangue. Como o quadro se agravava, a equipe médica procedeu um teste para verificar se ele estava infectado com o novo coronavírus. O primeiro exame foi inconclusivo. O segundo foi realizado, mas o resultado ainda não saiu.
“Ele estava na UTI quando fizeram o teste para o Covid 19. Nós acreditamos que ele possa ter sido infectado no hospital. Nenhuma outra pessoa da família teve ou apresenta sinais do coronavírus. Um dos médicos nos disse que foi uma fatalidade ele ter sofrido um acidente que perfurou justamente o pulmão. Se fosse outra área afetada, provavelmente não teria morrido”, contou Helder Moura ao ParlamentoPB.
Cézar deixa a esposa e quatro filhos de dois casamentos.
Em seu site, Helder Moura publicou um poema de despedida para Cézar:
“Adeus, meu irmão
Você que tinha tanto ainda por viver.
Tinha muitas alegrias e risos à espera na esquina adiante.
É certo também algumas tristezas e lágrimas na caminhada.
Deixe estar. É de nossa cruzada humana.
Coisas que nos sobressaltam para entender o sentido da vida.
Você que tinha tanto de viver pela frente, meu irmão,
Mas você simplesmente… se foi.
E deixou esta tristeza infinita para trás”.