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Hospital de Trauma faz cirurgia reparadora em jovem de 17 anos

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Os seios representam a feminilidade da mulher. São sinônimos de beleza estética, uma das áreas erógenas mais poderosas, um elo entre mãe e filho por meio da amamentação, entre outros. Perdê-las representa uma lacuna imensurável para as mulheres, não só física, mas psicológica. Quem esteve na iminência de retirá-las sabe bem o que é a perda, como uma jovem de 17 anos da zona rural de Mamanguape, que se viu ameaçada de perder quase as duas mamas, mas foi atendida pelo Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, na Capital, e recuperou a autoestima.

O drama de Jociquele Santana começou após sete dias de vida do primeiro filho. Ele nasceu de parto normal em agosto do ano passado, numa maternidade da Região Metropolitana de João Pessoa. No procedimento deu tudo certo, ela recebeu alta com quatro dias, e após permanecer em sua residência na zona rural de Mamanguape por uma semana, teve que regressar à unidade de saúde, pois a mama direita estava empedrada e lhe provocara febre alta. Ao dar entrada, lhe medicaram apenas remédio para dor e no mesmo dia, teve que voltar para sua casa.

No dia seguinte, procurou novamente os serviços de saúde no município que residia, e dessa vez, lhe pediram para levar uma sugadeira para retirada do leite da mama, o que não resolveu o problema. Fez o caminho de volta à maternidade de origem, que não prestou um bom atendimento, segundo ela, como da primeira vez. “No primeiro dia não me internaram, só após o segundo, e aí aplicaram duas compressas quentes na minha mama e em seguida, uma com gelo durante três dias. Só retiravam a bolsa de gelo quando descongelava”, narrou Jociquele.

Ela ainda contou que a mama foi ficando roxa, depois começou a estourar, como se fosse uma queimadura. O bebê a acompanhou em todos os momentos, mas por insuficiência de leite lhe deram um suplemento. Ainda na maternidade onde o bebê nasceu lhe medicaram dois comprimidos para a secagem do leite. “Após três dias de aplicação de compressa com gelo, suspenderam essa rotina e passaram a administrar antibiótico e remédio para dor que não estavam mais servindo. Foi aí que um médico veio após o nono dia de internação e disse que ia retirar a minha mama direita total e parte da esquerda. No momento, me senti aliviada com a notícia, diante de tanta dor”, disse.

Jociquele informou que no dia marcado para a cirurgia, a mastologista não veio e a partir daí resolveram encaminhá-la para uma consulta na maternidade onde havia acontecido o seu parto. No momento da consulta, a sua mãe pediu para que a filha fosse encaminhada para uma maternidade da Capital.

Na maternidade da Capital, permaneceu internada por três dias e foram feitos os primeiros procedimentos. “Dessa vez, me prometeram que iam fazer de tudo para não retirar os meus seios, e após os três dias fui transferida para o Hospital de Trauma, onde permaneci por 34 dias, sob os cuidados dos cirurgiões plásticos”, lembrou.

Com transplantes de pele, o Serviço de Cirurgia Plástica da Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ) reconstituiu a mama direita e parte da esquerda de Jociquele, que ainda guarda cicatrizes dos procedimentos. “Nessa peregrinação, aprendi as diferenças entre os hospitais que passei, vi as competências e incompetências de cada um. Quando lembro do que sofri, passa um filme na minha mente, e procuro não pensar nisso”, desabafou a jovem.

“Tive a minha vida de volta no Hospital de Trauma, pois poderia não só perder as minhas mamas, como a vida, por onde passei. Após a alta do Trauma, ainda fiquei fazendo curativos nas mamas, duas vezes por semana lá. Ainda sinto tristeza quando vejo meus seios, mas diante do que passei me sinto tranquilizada, pois achava impossível recuperá-los. Não ficou 100%, mas ficou uma obra maravilhosa, 90%”, destacou Jociquele.

Técnica rende premiação

O coordenador do Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados do Trauma, Saulo Montenegro, disse que o hospital vem realizando tratamentos de ponta na restauração de perdas de pele e outros traumas graves nos pacientes que dão entrada na unidade, como a reconstrução mamária que passou a paciente Jociquele, onde foram empregados curativos de última geração e substitutos temporários de pele com restauração da estética e função da lactação.

Outros procedimentos também são feitos na unidade como a reconstrução de face, nariz, orelhas, entre outros, em pacientes politraumatizados ou queimados, por meio de tratamentos à semelhança do que são feitos em hospitais de grandes centros do País, como por exemplo, o uso de cartilagens costais em auto enxertos para reconstrução nasal e micro enxertos de pele em pacientes com grandes queimaduras. “Através de técnica usada em casos graves de vítimas de queimadura elétrica, fomos agraciados com premiação no Congresso Brasileiro de Cirurgia Plástica com o trabalho ‘Caso Crítico de Queimadura Elétrica – Uso de Substitutos de Pele”, lembrou Montenegro. Segundom ele, esse tipo de procedimento, inédito no Estado, aumentou e melhorou a sobrevida de pacientes com esse tipo de trauma.

A Unidade de Tratamento de Queimados do Trauma trabalha em sistema de plantão 24 horas, com dois cirurgiões plásticos, além de uma equipe multiprofissional. São realizados em média 170 atendimentos por mês prestando socorro às vítimas de queimaduras e outros acidentes.


Correio da Paraíba

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