A ex-mulher do deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) entrou na Justiça com um pedido de medida protetiva contra o deputado federal que está em seu quarto mandato, foi relator da reforma tributária e também ex-ministro de Dilma Rousseff e líder do Governo Michel Temer na Câmara dos Deputados entre 2017 a 2019.
Na ação, impetrada na Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de João Pessoa, Ana Rachel acusa o parlamentar de violência física, psicológica, moral e patrimonial e pede o seu enquadramento na Lei Maria da Penha.
À Justiça, ela narra que se separou em janeiro e deixou sua residência sem sequer levar seus pertences.
Em um dos episódios descritos, relata que “ foi trancada no quarto por Aguinaldo diversas vezes, e aquela não só era agredida moralmente (com gritos, palavrões e injúrias), como era ameaçada caso falasse em divórcio ou em fugir de casa”.
Na representação, Ana Rachel conta que engatou namoro com o deputado quando tinha 19 anos. Diz ainda que, durante o casamento, “ambos tiveram uma privilegiadíssima condição financeira”, o que incluía ambientes de luxo e diversas viagens, sempre em classe executiva, hotéis cinco estrelas e carros de luxo,
Mas que ela “vivia sob constante vigilância e manipulação, de modo que sua vida era absolutamente toda controlada”.
Afirma o documento:
“Nos últimos anos, porém, a violência doméstica deixou de ser predominantemente psicológica e passou a aumentar em níveis e em intensidade, a ponto da vítima ser violentada de forma física, moral e patrimonial”.
Outro lado – O deputado Aguinaldo Ribeiro se pronunciou sobre o fato através de uma nota. Nela, ele diz que soube da ação da ex-mulher através da imprensa, criticou o “vazamento ilegal” da peça jurídica e acrescentou que fica muito triste de ter que comentar em público o fim de seu relacionamento com Ana Rachel. Também nega que tenha praticado violência contra a ex-esposa. “Em todas as minhas relações pessoais e profissionais sempre me pautei pelo equilíbrio”. O parlamentar afirma que as queixas citadas por Ana são “inverídicas, fantasiosas”. Por fim, Aguinaldo repudia as acusações de agressão de qualquer natureza.
Lauro Jardim (O Globo)