O ex-deputado Simão Almeida faleceu nesta quarta-feira (29), aos 77 anos, no Hospital da Unimed, em João Pessoa. Com Covid, Ele estava internado na UTI, intubado e não resistiu após sofrer um AVC hemorrágico extenso. No início da tarde, a morte encefálica foi confirmada pela equipe médica da instituição.
Ele havia sido internado no dia 10 de dezembro e nos dias seguintes os sintomas foram piorando. Nos últimos dias o estado de saúde de Simão Almeida havia se agravado. Por causa da piora, que incluiu a realização de hemodiálise, a esposa e os filhos do político, alguns residentes em outros estados, foram chamados para uma reunião hoje de manhã no hospital.
Simão elegeu-se deputado estadual em 1990 com 4.538 votos. Durante a ditadura militar, por causa de sua filiação e militância no PCdoB, viveu durante 11 anos na clandestinidade na região do Araguaia, de onde saiu com a anistia política.
“Tive muita sorte de não ter sido preso”, disse ele em depoimento à Comissão da Verdade. Bem humorado, acrescentou que nunca pegou em armas, a não ser um estilingue para matar passarinhos em Boa Vista, interior da Paraíba.
Atualmente ele era presidente da Junta Comercial do Estado (Jucep), Simão havia tomado duas doses da vacina contra a Covid-19, mas mesmo assim desenvolveu sintomas da doença. Ele tinha problemas respiratórios decorrentes de um histórico de fumante.
O presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), deputado Adriano Galdino, divulgou nota lamentando a morte de Simão.
“Neste momento de dor para toda a família nos solidarizamos com os familiares e amigos de Simão Almeida, um grande político do nosso Estado, que deixa grandes lições e um legado de trabalho e luta pelo povo da Paraíba”, ressaltou Adriano Galdino.
Confira a seguir um trecho da participação de Simão Almeida no Ciclo de Debates “Compartilhando Memórias” em 2012. Ele foi convidado por ter sido fichado durante a ditadura. O projeto Acervo e Memória da Repressão e da Resistência na Paraíba foi o realizador do Ciclo de Debates, com 12 sessões de depoimentos de perseguidos políticos na ditadura militar, que na época eram estudantes secundaristas e universitários, professores, marinheiros, operários, camponeses e artistas.