Na semana em que a Assembleia Legislativa da Paraíba retomou as sessões ordinárias, mais do que os assuntos incluídos na pauta, repercutiram declarações infelizes de alguns deputados. Não faltou bate boca com a adição de ofensas pessoais. E além dessa discussão miúda, a deputada Paula Frassinete saiu-se com uma denúncia genérica contra seus colegas. Ao defender melhorias salariais para as polícias, afirmou que os policiais deveriam ganhar mais do que os deputados porque esses, os parlamentares estaduais, ganham bem e ainda recebem propina. O tumulto foi formado. O presidente da Casa, Adriano Galdino, mandou retirar o trecho da Ata e rechaçou a frase de Dra Paula. Mas, o MP instaurou uma notícia de fato para apurar quem danado estaria tendo as mãos molhadas, por assim dizer, com dinheiro sujo.
Na manhã desta quinta-feira, em entrevista à BandNews Manaíra, Paula deu muitas voltas em torno do tema, mas garantiu que não recua do que falou. E botou tudo na conta de uma terceira: Livânia Farias. Paula disse que não tem provas, mas que a ex-secretária de Administração dos governos de Ricardo Coutinho já havia denunciado a corrupção entre os deputados na gestão passada durante a delação premiada que fez na Operação Calvário.
Não existirá, portanto, nenhuma revelação bombástica por parte de dra Paula. Ela saiu do labirinto seguindo os rastros de Livânia e, cá para nós, o assunto denunciado por ela não prosperou até hoje. Aliás, ninguém mais fala nisso. Nem o MP quis mexer no vespeiro. Das duas uma, ou não tinha provas, ou envolvia tanta gente que preferiram ignorar. Mesmo assim, espera-se que ao fim da Operação Calvário haja respostas efetivas para essa e outras dúvidas.
Quanto à Paula, aplica-se aquele ditado: quem tem teto de vidro não atira pedras no telhado do outro. Ou poderíamos usar a frase que lembra que o peixe morre pela boca? Em junho de 2020, a deputada acusou o marido, Zé Aldemir, de desviar dinheiro da prefeitura para contemplar uma amante. Passou a crise conjugal, ela disse que foi mal compreendida, que não era nada daquilo e por isso mesmo ficou. Termino com mais um provérbio: quem muito fala, muito erra!