Convidado pelo presidente, Jair Bolsonaro, para comandar a missão humanitária no Líbano, o ex-presidente Michel Temer está proibido de deixar o Brasil sem autorização judicial. O ex-mandatário e descendente de libaneses é acusado de corrupção passiva e outros crimes no âmbito da operação Lava-Jato, no Rio de Janeiro. Ele chegou a ser preso preventivamente duas vezes, em março e maio do ano passado.
Na última vez, o ex-presidente teve a liberdade concedida, após a Sexta Turma do Superior Tribunal decidir, por unanimidade, trocar a pena preventiva por medidas cautelares — entre elas, a proibição de deixar o país sem autorização judicial.
Desde então, Temer conseguiu o aval da Justiça para viajar para o exterior em duas ocasiões para dar palestras nas universidades de Oxford, na Inglaterra, em outubro, e de Salamanca, na Espanha, em dezembro.
Para poder comandar a missão humanitária no Líbano, abalado pela explosão no Porto Beirute, o ex-presidente já fez o comunicado à Justiça para conseguir a autorização de viajar para o Oriente Médio.
O presidente anunciou o convite a Temer ontem (9), durante uma videoconferência com demais líderes mundiais sobre as ajudas que serão enviadas a Beirute. No entanto, o ex-presidente e Bolsonaro já conversavam sobre qual seria a atuação do Brasil desde o dia da explosão, na última terça-feira. Desde então, os dois tem organizado juntos a missão em solo libanês.
Em nota divulgada à imprensa, Temer se disse honrado pelo convite e afirmou que espera o ato ser publicado no Diário Oficial para tomar “as medidas necessárias para viabilizar a tarefa”. Procurada, a comunicação do ex-presidente disse que isso não está relacionado à autorização judicial para viajar, e sim em relação a organização da missão em si, desde a agenda ao cerimonial e doações.
Nesta próxima segunda-feira Temer deve se reunir com um grupo de empresários na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) para conseguir mais doações ao Líbano.
O Globo