Referimo-nos, por óbvio, só ao caso da Paraíba. E, neste específico caso, é isto mesmo: são 710 candidatos registrados no TRE-PB para as 49 vagas existentes para a representação dos paraibanos no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa!
Detalhando: 464 nomes concorrem às 36 cadeiras de deputado estadual; 238 outros nomes disputam as 12 vagas de deputado federal; e 8 concorrem a 1 única vaga de senador!
Como fazermos, então, para conhecer todos, inteirando-nos, portanto, de suas trajetórias de vida para definirmos nosso voto?!… E nem falamos que para o cargos de governador e vice, há 16 nomes (8 pra governador e 8 pra vice, obviamente…). Também nem falamos que para o mandato de senador há, pra cada candidato, outros 2 nomes: 1 como 1º suplentes e 1 como 2º suplente!… É gente demais, hein?!…
Ter gente (candidatos) demais não seria o problema!… O problema está na impossibilidade de sabermos e sobretudo conhecermos quem são todos estes mais de 700 candidatos, que buscam apresentarem-se à população em praticamente só um mês de campanha, vez que muitos deles – pra não dizer “a maioria” – são politicamente desconhecidos, principalmente porque nunca exerceram mandato político. E também vários dos que já foram candidatos em eleição ou eleições anterior(es), tiveram desempenho tão pífio que acarreta questionamento do tipo: “Que está fazendo aí?!… Ora! Teve ínfima votação pra vereador(a) e agora se candidata a deputado?!…”.
A propósito, cabe aqui, mais uma vez, lembrar o caso do candidato a Presidente da República, agora pela 6ª vez, José Eymael, que em 2018 ficou em 12º lugar com 1,2% dos votos, contra os 46% de Jair Bolsonaro, no 1º turno.
Este tema trazemos, de novo, para a avaliação dos leitores, porque, no guia eleitoral que está sendo mostrado neste momento e que o estará até o dia 29 deste mês, vai ser difícil oportunizar que todos os 710 candidatos a cargos do Legislativo apresentem-se, mesmo que o fosse só pra imitar aquele antigo candidato a Presidente da República que dizia “Meu nome é Enéas”. E mais difícil está porque alguns dos candidatos paraibanos de hoje não anunciam só o nome… mencionam também o “sobrenome”, tipo José do “Muro”, Piãozinho do “Abacaxi”, Severina da “Macaxeira”… e por aí vai”!…
De igual modo voltamos a insistir neste tema com a expectativa de que os que sejam eleitos, especialmente para o Congresso Nacional, lá se articulem em prol da mudança de nossa legislação eleitoral a fim de que nela sejam criados critérios (além daqueles de apenas ser brasileiro, idade e filiação partidária) que proporcionem mais seletividade para o registro de candidaturas. E que nessa mudança também haja mais rigor para a criação/reconhecimento de Partido Político, porque mesmo em uma Democracia, por mais ampla que seja, essa quantidade de mais de 30, hoje registrados, “é partido demais!”.