Terminou por volta das 21h desta segunda-feira, 6, no Fórum Criminal de João Pessoa, o júri popular de José Alex da Silva, acusado de estuprar e matar a garota Anielle Teixeira, de 11 anos. Ele foi condenado a 33 anos e quatro meses de prisão, em regime inicialmente fechado. José Alex foi preso em 11 de setembro de 2021, três dias depois do corpo da menina ter sido encontrado. Ela havia desaparecido no dia 5 de setembro e seu corpo foi localizado no dia 8.
O advogado Daniel Allyson, que defendeu José Alex, garantiu que vai recorrer e afirmou que seu cliente foi um “bode expiatório”, ou seja, teria sido apresentado à população como responsável pelo estupro e morte da menina para dar uma satisfação à sociedade.
“Ele foi condenado mesmo tendo os laudos dizendo que ele não cometeu o crime. Os exames disseram que ela não foi estuprada e ele só confessou o assassinato porque foi torturado. Colocamos as provas das agressões cometidas contra ele no processo e provamos que a prisão foi irregular. Mesmo assim, os jurados pediram a condenação. Vamos recorrer”, disse Daniel.
Uma imagem de uma câmera de segurança coletada à época do sumiço de Anielle mostrava uma menina sendo transportada no quadro de uma bicicleta na orla de João Pessoa, local de onde a garota havia desaparecido. Desde então, Alex, que frequentava os quiosques onde a mãe de Anielle trabalhava, foi apontado como o principal suspeito. Ele fugiu para Ferreiros, no interior de Pernambuco, mas foi preso e recambiado para João Pessoa.
“As imagens não mostram nem Anielle nem José Alex. Elas são inconclusivas”, disse Daniel, acrescentando que o caso foi decidido pela “forte comoção” gerada em torno do homicídio da menina.
Anielle desapareceu no dia 5 de setembro. A garota foi vista pela última vez na orla do Cabo Branco, onde a mãe e os irmãos dormiam em um quiosque de conhecidos. O corpo foi encontrado em estado decomposição apenas com a blusa em uma área de mata no bairro do Miramar.