Chegou a sexta-feira (9)! Depois de dois dias sem jogos da Copa do Mundo do Catar, a espera termina justamente com uma decisão para o Brasil. Às 12h (de Brasília), a bola rola no Estádio Cidade da Educação, em Al Rayyan, para a partida contra a atual vice-campeã Croácia, pelas quartas de final.
A Seleção Brasileira terá mais uma oportunidade de quebrar uma espécie de “maldição” que a tem perseguido há anos. Desde o pentacampeonato em 2002, o Brasil não consegue derrotar europeus em mata-matas de Copa do Mundo.
Em 2006, caiu contra a França, nas quartas de final. Depois, em 2010, o algoz na mesma fase foi a Holanda. O sonho do hexa em casa ruiu na fatídica derrota para a Alemanha por 7 a 1 na semifinal de 2014. Há quatro anos, o time do técnico Tite perdeu para a Bélgica, novamente nas quartas.
Nesse período de traumas contra europeus, o Brasil superou seis duelos eliminatórios em Copas: um contra africano (Gana, em 2006), três diante de sul-americanos (Chile, em 2010 e 2014, e Colômbia, em 2014), um ante um norte-americano (México, em 2018) e um contra um asiático (Coreia do Sul, em 2022).
Brasil em mata-matas da Copa depois do pentacampeonato
Contra europeus
Quatro jogos, quatro eliminações
Brasil 0 x 1 França – Quartas de final da Copa de 2006, na Alemanha
Holanda 2 x 1 Brasil – Quartas de final da Copa do 2010, na África do Sul
Brasil 1 x 7 Alemanha – Semifinal da Copa de 2014, no Brasil
Brasil 1 x 2 Bélgica – Quartas de final da Copa de 2018, na Rússia
Contra não-europeus
Seis jogos, nenhuma eliminação
Brasil 3 x 0 Gana – Oitavas de final da Copa de 2006, na Alemanha
Brasil 3 x 0 Chile – Oitavas de final da Copa de 2010, na África do Sul
Brasil 1 (3) x (2) 1 Chile – Oitavas de final da Copa de 2014, no Brasil
Brasil 2 x 1 Colômbia – Quartas de final da Copa do 2014, no Brasil
Brasil 2 x 0 México – Oitavas de final da Copa de 2018, na Rússia
Brasil 4 x 1 Coreia do Sul – Quartas de final da Copa de 2022, no Catar
Para Tite, o segredo para mudar a história e eliminar um europeu é jogar como tem jogado a Seleção Brasileira: ao ataque e com alegria. “É a identidade do futebol brasileiro, não sou eu, é a geração que surgiu agora, são os técnicos de base que formaram esses atletas. Nós damos confiança para que eles possam produzir o seu melhor”, disse.
“É a nossa característica. Em cima dessa pressão, tem que ter coragem para jogar desta forma, mesmo correndo riscos e a carne ser cortada. E eu já vivi isso. Esse é o futebol que eu acredito, mesmo que na frente tenha carne cortada se não for campeão. Mas é para frente, é nisso que acreditamos”, completou.
Quem joga?
Tite deverá repetir a escalação que iniciou na goleada por 4 a 1 sobre a Coreia do Sul, no confronto das oitavas de final. A única dúvida é na lateral esquerda. Titular da posição no início do Mundial, Alex Sandro passou os últimos dias em recuperação de lesão no quadril.
Na entrevista dessa quinta, Tite condicionou o retorno do jogador à avaliação médica que ocorreria durante o último treino. “Ele vai treinar à tarde para ver a disponibilidade. Mas a tendência é de não participação, porque não há trabalho forte ainda. Tenho que ver o departamento médico e físico”, afirmou o treinador.
Se Alex Sandro não jogar, o time será o mesmo da última partida. Lateral-direito de origem, Danilo atuaria na esquerda, enquanto o zagueiro Éder Militão seria o titular na direita.
“Em relação a jogar na direita, esquerda ou centro da defesa, para mim é indiferente. Já mostrei diversas vezes, para mim é algo natural. Acho que nos próximos anos serei zagueiro, que é onde tenho desfrutado melhor. Mas o professor vai decidir a melhor maneira certamente”, disse Danilo.
Caso Alex Sandro seja titular, Danilo volta para a ala direita, enquanto Éder Militão sai do time. Nesse cenário, Tite repetiria a escalação da estreia, a vitória por 2 a 0 sobre a Sérvia.
O adversário
A atual vice-campeã mundial está invicta no Catar, mas venceu só um dos quatro jogos disputados até aqui. Passou em segundo lugar no Grupo F, atrás de Marrocos, maior surpresa da competição. Nas oitavas de final, eliminou o Japão nos pênaltis, com grande atuação do goleiro Livakovic, que pegou três cobranças – recorde em Copas do Mundo.
Para o Catar, o time do técnico Zlatko Dalic manteve alguns dos destaques da campanha de 2018, na Rússia. Ao mesmo tempo em que está mais experiente que há quatro anos, a Seleção Croata dá mais sinais de desgaste, especialmente no meio-campo – casos de Modric e Kovacic, que precisaram ser substituídos na prorrogação contra o Japão.
Este pode ser um ponto de desequilíbrio a favor de um descansado Brasil, que resolveu o confronto com a Coreia do Sul ainda no primeiro tempo ao marcar quatro gols.
A Croácia deve apostar no sistema defensivo para segurar o poderoso ataque adversário. Ofensivamente, deposita esperanças em Modric. Aos 37 anos, o camisa 10 ainda é essencial tanto na seleção, quanto no estrelado Real Madrid, atual campeão europeu.
“Temos que dar o nosso melhor. Se fizermos dessa forma, teremos a chance de vencer. Não podemos ficar satisfeitos só com as quartas”, disse, ao passar o favoritismo ao Brasil.
Dalic também crê que a Seleção Brasileira tem mais chances. “Não tinha momento melhor para jogar contra o Brasil. Todo mundo sonha com um jogo desses. Nós sabemos o que o Brasil significa para o mundo do futebol, mas nós não temos nada a perder. Temos que lutar contra eles e dar o nosso melhor”, disse.
Para o jogo com o Brasil, a tendência é que Dalic mantenha a base que tem escalado durante a Copa. Recuperado de uma virose, o lateral-esquerdo Sosa retoma a titularidade no lugar de Barisic. No ataque, Livaja e Petkovic disputam uma vaga para jogar ao lado de Kramaric e o indiscutível Perisic.
BRASIL X CROÁCIA
Brasil
Alisson; Éder Militão (Alex Sandro), Marquinhos, Thiago Silva e Danilo; Casemiro, Lucas Paquetá e Neymar; Raphinha, Vinícius Júnior e Richarlison
Técnico: Tite
Croácia
Livakovic; Juranovic, Lovren, Gvardiol e Sosa (Barisic); Brozovic, Kovacic e Modric; Kramaric, Petkovic (Livaja) e Perisic
Técnico: Zlatko Dalic
Motivo: quartas de final da Copa do Mundo
Data e horário: sexta-feira, 9 de dezembro de 2022, às 12h (de Brasília)
Local: Estádio Cidade da Educação, em Al Rayyan, no Catar
Árbitro: Michael Oliver (Inglaterra)
Assistentes: Stuart Burt (Inglaterra) e Gary Beswick (Inglaterra)
VAR: Pol Van Boekel (Holanda)
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