O vereador Benilton Lucena (PT) ocupou hoje a tribuna da Câmara para defender o ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Agra (PEN), acusado de supostamente ter seu motorista pago através da prefeitura da capital. Ontem, o contracheque do servidor e até mesmo um vídeo mostrando-o conduzindo Agra do campus da UFPB, onde o arquiteto trabalha, até em casa, em Manaíra, foi divulgado pelo blog de Luís Tôrres. Para ver o material, clique aqui.
Benilton afirmou que as imagens e o contracheque, por si só, não representam qualquer irregularidade e acrescentou que o motorista estava trabalhando para Agra em suas horas vagas e não tinha relação de "subsídio" ou "financiamento" de seus serviços para administração municipal.
"É natural que um servidor use suas horas vagas para ganhar um dinheiro extra. Quem nunca viu policiais nos supermercados prestando serviços de segurança para complementar a renda?", indagou Benilton.
Em aparte, o vereador Dinho (PR) foi mais contundente e afirmou que as informações do motorista, seu contracheque e número de CPF teriam sido expostos indevidamente: "É uma invasão de privacidade. Quem teve acesso a isso? Isso deve ser objeto até de processo pela exposição indevida do servidor, que não pode ter seu contracheque, dados de gratificação e de empréstimos expostos assim para todo mundo ver".
Depois disso, Bruno Farias (PPS) lamentou o episódio e acusou o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB) de tramar a divulgação do vídeo para retaliar o adversário Luciano Agra. Foi o suficiente para gerar uma reação em Lucas de Brito (DEM), líder da oposição:
"Bruno atribuiu ao governador Ricardo Coutinho a divulgaão das imagens. Eu já acho que partiu da própria administração. Dinho chegou a dizer que os dados são sigilosos e só poderiam ser acessados por pessoas da prefeitura. Eu lembro que foi o prefeito Luciano Cartaxo quem jogou para a oposição o vereador Raoni Mendes… há um conjunto de indícios que me levam a acreditar que essa é a estratégia de Cartaxo para manchar integridade do ex-prefeito e causar o rompimento".
"Eu não disse taxativamente que tinha partido do Palácio da Redenção, mas é uma coincidência estranha que isso tenha acontecido um dia depois de Luciano Agra ter feito críticas contundentes ao governador do Estado", replicou Bruno.