Ao receber a edição do jornal A União (o impresso) deste 2 de fevereiro, eis que logo me chama a atenção a notícia de que referida data corresponde ao aniversário de 129 anos deste que é o único veículo que, nesse formato, permanece com edições diárias na Paraíba. Já não mais contamos com O Momento (e faz tempo), O Norte, Diário da Borborema, Jornal da Paraíba e Correio da Paraíba, este tendo deixado de circular em 4 de abril de 2020 e que nascera em 5 de agosto de 1953, permanecendo ativo e altivo nestes últimos anos graças à competência e mesmo o “querer” do empresário Roberto Cavalcanti.
Imagino não ser fácil a sustentabilidade econômica de um jornal impresso nos tempos de hoje. Até me lembro que já em começo dos anos 2000 (penso que em 2003) um outro competente empresário, José Carlos da Silva Junior (agora ajudando a empreender nos céus), em bate-papo antecedente à solenidade promovida pelo CRA/PB (Conselho Regional de Administração) para a entrega de título de “Administrador Emérito” ao então Presidente do TJ, desembargador Marcos Souto Maior, ele – José Carlos – dizia das dificuldades que o Jornal da Paraíba suportava “pra sobreviver”. (É pertinente e justo aqui registrar que, afora o desembargador Marcos Souto Maior, “Administrador Emérito” daquele ano, antes já haviam recebido a mesma diplomação do CRA-PB os empresários Roberto Cavalcanti e José Carlos da Silva Junior, além do executivo Manoel de Deus e o então presidente do TCE, conselheiro Flávio Sátyro Fernandes).
Mas, especificamente sobre A União, fica claro que sua sustentabilidade econômica, por si só, deve ser de muita dificuldade, para não dizer “deficitária”. Suporta-se, portanto, e continua firme e muitíssimo contribuindo, todos os dias, para o bom jornalismo e sobretudo para o desenvolvimento cultural da Paraíba, mercê do apoio financeiro do Governo do Estado que, atualmente, sob a gestão do governador João Azevedo, entende esse apoio não só como um dever estatal, mas, também, como elemento fortalecedor da educação. E fica a certeza de que o Estado, por todos os seus governos, assim continuará apoiando a longevidade cada vez maior de A União, até porque, igualmente – como informado pela jornalista Cláudia Carvalho – esta data, 2 de fevereiro, é Dia de Nossa Senhora dos Navegantes e Dia do Agente Fiscal: tanto a santa quanto os servidores prontos para atuarem de modo a não faltarem recursos financeiros à cotidiana atividade de A União!
Neste momento de aplausos e regozijos, uma só observação para que A União ganhe nota mais que 10: sua página “Opinião” precisa mais se abrir a opiniões mesmo, jornalisticamente falando. Os três artigos que compõem a respectiva página sempre tem em seu Editorial o que seja um artigo competente e adequado a esse espaço. Os outros dois artigos dessa mesma página, embora sempre belíssimos, nem sempre são adequados a tal espaço… algumas vezes contam histórias até de sítios ou da Paraíba (e repito: belíssimas crônicas) mais se adequando ao espaço de “Cultura”. Para que essa Página “Opinião” mostre-se mais que nota 10, poderia a direção do Jornal inclusive ceder, vez por outra, os respectivos espaços para opiniões de parlamentares que se expressem como de oposição ao Governo, ao lado publicando contraponto assinado por parlamentar dito da situação. Ou seja: como já dito por Gonzaga Rodrigues em crônica de seu livro “Notas do meu lugar”, para que o Jornal não fique parecendo um veículo só chapa branca e passe mesmo a ser, em vez de apenas do Governo, o seja preponderantemente do Estado.
Com meus aplausos e agradecimentos pela existência de A União, esta é a minha opinião.