Esse mês de janeiro, infelizmente, tem sido marcado pela criminalidade e por um alto número de homicídios na Grande João Pessoa. Somente no úlimo fim de semana foram registrados sete mortes violentas em João Pessoa, Bayeux, Cabedelo e Santa Rita. Dentre os mortos estão seis homens e uma mulher.
No fim da tarde de segunda, um tiroteio deixou um homem morto e outros três feridos em Mandacaru, enquanto que os criminosos fugiram.
Na última terça-feira, um sargento da PM, Wellington Melo, de 52 anos, foi assassinado e esse caso aumentou o temor da população em relação à violência.
Ontem, no fim da tarde, a delegada Maisa Félix, superintendente da Polícia Civil coordenou uma entrevista coletiva com outros delegados para tranquilizar a população e explicar que apesar dos casos recentes, a situação está sob controle e as polícias integradas no combate aos criminosos. Mais do que isso: garantiu que serão dadas respostas à altura da ousadia dos bandidos.
Uma informação que foi repassada na coletiva é que dos 25 crimes violentos praticados este mês, 17 já têm autoria identificada e 21 se referem a pessoas que tinham envolvimento anterior com o crime.
Está evidente que a violência desse mês de janeiro tem a ver com as facções criminosas que brigam por espaços nas comunidades. Esses marginais têm armamento, muito dinheiro que vem da venda de drogas, pessoal sob seu comando, têm muita facilidade em saber onde a polícia está e não precisam seguir regra alguma.
Do outro lado, as polícias precisam de evidências, indícios, pistas concretas que possam levar à prisão legal dos bandidos. Um trabalho sobretudo do setor de Inteligência que consegue descobrir quem são os criminosos que decidiram assustar a população da Grande João Pessoa e onde eles se escondem. Alguns até já estão presos mas continuam comandando o tráfico e uma rede de terror mesmo atrás das grades.
Levar a público a promessa das autoridades de Segurança de que a situação de instabilidade deste mês será contornada foi um passo importante. Pior era silenciar diante de tamanho problema. Ontem mesmo também foi anunciado que três suspeitos de participação na morte do sargento Wellington já estão presos. Certamente o crime será elucidado em pouco tempo. O que nos preocupa mais é a sensação de medo e ontem à noite, num roubo de motocicleta no Viaduto do Geisel, um vídeo foi produzido e viralizou nas redes sociais dando conta de que estaria acontecendo um arrastão. Não era verdade, mas esse tipo de fake news ajuda a aumentar o pânico na população.
Não é um trabalho fácil o de combater o crime gerado em meio a uma briga de facções. Mas, essa queda de braço dos líderes do crime precisa ser parada. Recentemente vi um delegado se referindo a um bairro de João Pessoa como sendo dominado por uma determinada facção. Foi um erro terrível que ele provavelmente não percebeu. A declaração dele foi um atestado de que o Estado falhou e sucumbiu ao crime. É justamente o contrário que esperamos e isso foi prometido pela cúpula da Polícia ontem à noite. Estamos do lado do bem esperando que ele não apenas vença o mal, mas consiga dar demonstrações de força, superando as intimidações que a bandidagem impõe em momentos de vulnerabilidade como esse.
É triste perceber que lutamos por direitos muito básicos e elementares no nosso cotidiano. Ir e vir, por exemplo, é um direito que temos de maneira relativa. Ele depende da hora e do local. Se for de noite ou para determinado bairro, o bom senso ou o medo mesmo nos prende em casa. E quem deveria estar preso e ser inofensivo não era quem cumpre a lei.