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‘A mãe’, longa de Cristiano Burlan, com Marcélia Cartaxo, abre o 50° Festival de Gramado

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A noite dessa sexta-feira, 12, no 50° Festival de Cinema de Gramado, que se estende até o próximo sábado, 20, tem um especial significado para o cinema paraibano. A atriz Marcélia Cartaxo interpreta a protagonista Maria, uma mãe em uma trágica busca pelo filho desaparecido. Dirigido e roteirizado pelo gaúcho Cristiano Burlan, ‘A mãe’ (2022, 96 min) teve estreia mundial no festival de Málaga, na Espanha, em maio deste ano. Essa é a primeira vez que o filme foi exibido no Brasil. Um dos festivais mais longevo e prestigiado do país, Gramado já laureou Marcélia como Melhor Atriz na sua edição de 2019 por ‘Pacarrete’, de Allan Deberton. 

Com roteiro de Cristiano Burlan e Ana Carolina Marinho, ‘A mãe’ é o 18° filme de Cristiano Burlan como diretor, que também escreve os roteiros de seus próprios filmes e de outros diretores, além de atuar em alguns deles, como ‘As órbitas das águas’ (2017) de Frederico Machado. A paraibana de Cajazeiras, Marcélia Cartaxo, tem emplacado como protagonista um filme atrás do outro. Depois do estrondoso sucesso de ‘Pacarrete’, que também teve as atrizes paraibanas Zezita Matos e Soia Lira (Melhor Atriz Coadjuvante também no Festival de Gramado), ‘A mãe’ proporciona à atriz uma nova possibilidade de fazer bonito. Atualmente, Marcélia está em processo de filmagem do novo longa-metragem da cineasta e diretora de arte Renata Pinheiro, uma referência do cinema pernambucano e brasileiro. 

Autor da Trilogia do Luto, composta pelos filmes ‘Elegia de um crime’ (2018), ‘Mataram meu irmão’ (2013) e ‘Construção’ (2006), este um média-metragem de 47 minutos. Os dois primeiros estão inseridos na categoria de autobiográfico, um subgênero do documentário. O cineasta restringe o campo temático à sua própria existência, sendo ele mesmo objeto do seu documentário. Para o teórico estadunidense Bill Nichols, o documentário performático enfatiza a subjetividade numa esfera tradicionalmente pautada pela objetividade, com o mundo histórico sendo tematizado a partir da experiência pessoal do cineasta. É o que faz Burlan, de forma despojada e sincera na exposição pública de sua tragédia particular.

Poucos conseguem a originalidade dos filmes ‘Mataram meu irmão’ e ‘Elegia de um crime’. São obras catárticas, viscerais, surgidas da profunda necessidade de exteriorizar uma dor. Em ‘A mãe’, não é diferente. A jornada de Maria (Marcélia Cartaxo) à procura do filho não deixa de ter uma proximidade com a existência do diretor, marcada pela tragédia social do país. O filho dela pode ter sido assassinado por policiais militares em mais uma de suas ações genocidas na periferia de São Paulo. Maria tem de descer aos infernos para encontrar o fruto de seu ventre.

O PASTOR E O GUERRILHEIRO – Direção: José Eduardo Belmonte – “Na virada do milênio, Juliana, filha ilegítima de um coronel que comete suicídio, descobre que seu pai foi torturador durante a ditadura militar no Brasil.” – Foto: @LipeDuq

No documentário ‘Elegia de um crime’, o diretor mergulha de forma profunda numa etnografia doméstica ao viajar à Uberlândia, Minas Gerais, para exorcizar a dor da perda de sua mãe adotiva, Isabel Burlan, assassinada pelo companheiro em 2011. É um filme autobiográfico e “de busca” (conceito de Jean-Claude Bernadet) também movido pela esperança de encontrar o assassino e entregá-lo à justiça. Na ficção, por seu turno, é a mãe que busca desesperadamente encontrar o filho.  ‘Mataram meu irmão’, também um documentário sobre outro drama familiar do diretor –  que durante sua realização tinha um segundo irmão no presídio em Cuiabá e cuja voz depõe para o filme através de uma ligação telefônica. É também uma reflexão sobre a violência e o abandono da população periférica das grandes cidades brasileiras

O PATO – Direção: Antônio Galdino – “Cida (Norma Góes), decide acabar com o ciclo de violência em sua casa, e ser um exemplo para sua filha, Fia (Ana Julia).”

Marcélia Cartaxo estava desde o início no projeto do filme. Burlan não via outro rosto para representar Maria, uma personagem tão marcada pelo sofrimento. Um rosto, segundo ele, “que reflete a dureza da vida, mas também sua inocência e compaixão.” O irrequiteo Burlan está em fase  de finalização do longa-metragem de ficção, ‘Ulisses’, e em pré-produção do documentário ‘Antunes Filho, do olho para o coração’, uma produção da SescTV. A participação paraibana em Gramado tem ainda o curta-metragem ‘O pato’, de Antonio Galdino, e o longa ‘O pastor e o guerrilheiro’, (DF, 2022) de Eduardo Belmonte que tem no elenco o ator Buda Lira (‘Aquarius’ e ‘Bacurau’).

 

 

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