Vendedores ambulantes ocuparam hoje (29) a galeria da Câmara Municipal de João Pessoa em protesto contra o projeto aprovado na semana passada na Casa que disciplina o corredor ‘Via Folia’ e cria o Comitê Gestor dos Blocos Tradicionais no Período de Pré-Carnaval em João Pessoa.
O protesto foi marcado por empurra-empurra e gritaria e o presidente da Câmara, Vereador Dinho Dowsley chegou a suspender a sessão por alguns momentos.
Com os ânimos mais calmos, um grupo de ambulantes foi recebido por uma comissão de vereadores formada por Marcílio do HBE (autor do projeto de lei), Carlão e Bruno Farias.
Na ocasião, ficou decidido que vão solicitar ao prefeito Cícero Lucena a inclusão de representantes dos comerciantes informais no comitê.
A este comitê vai caber definir as datas e horários dos desfiles dos blocos no corredor da Via Folia, levando em consideração a ordem de desfile e a segurança dos participantes e espectadores, além da comercialização de produtos e serviços, elaborar um regulamento específico para os blocos que desfilarão, estabelecendo regras de conduta, responsabilidades, horários de concentração, dispersão e percurso, bem como normas de segurança e preservação do patrimônio público.
Outra missão do comitê será o de firmar parcerias, patrocínios com órgãos públicos, entidades e empresas privadas para garantir o apoio logístico, comercial, estrutural e de segurança para os desfiles e contratar, captar, autorizar empresas para realização de eventos, bem como captação recursos financeiros públicos ou privados.
A Associação Folia de Rua reagiu à proposta dizendo que ela vai “privatizar” a Via Folia.
“A proposta do senhor vereador empresário visa enfraquecer uma associação carnavalesca fundamental para o fomento da cultura e identidade local e aniquilar o conceito de carnaval multicultural, público, democrático e inclusivo, que é reconhecido em todo Brasil, para ser substituído por uma micareta, privilegiando um modelo de carnaval privado, excludente e sem compromisso com a cultura local, o qual a sociedade pessoense e paraibana rejeita”, diz um trecho do documento.