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Pesquisadores da UFPB desenvolvem caneca que dispensa coador no preparo de chá e café

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Em uma época em que aliar praticidade, sustentabilidade e inovação é fundamental, pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) desenvolveram uma caneca que dispensa coador no preparo de bebidas de infusão, que são aquelas que resultam da imersão de ingredientes em água quente, como o chá e o café. O recipiente tem design específico que permite a retenção de partículas sólidas no seu interior, no ato de tomar as bebidas.

“O uso do produto se faz ao se colocar em seu interior um material sólido como grãos ou pó de café, juntamente com um líquido [geralmente água quente] para obter a solução da bebida. Pela ação da gravidade, o sólido [os grãos ou pó de café] se deposita no fundo do recipiente e, pela inclinação no ato de beber pelo usuário, fica retido entre as paredes que formam o dispositivo [a caneca]”, explica Afrânio Silva, professor do Departamento de Química da UFPB e um dos inventores do dispositivo.

A caneca possui volume de 250 ml e foi confeccionada de material do tipo polipropeno, um polímero termoplástico. O polipropeno pode ser identificado em materiais por meio do símbolo triangular de reciclável, com um número “5” por dentro e as letras “PP” por baixo.

Como é possível observar na imagem do protótipo que ilustra esta reportagem, nas paredes ocas da caneca é onde se acumula o ingrediente da bebida de infusão. “Nesta figura, vemos que, de um modo geral, o dispositivo é formado por recipiente cilíndrico compreendido por uma dupla parede que forma uma cavidade interna cuja função primordial é armazenar o material sólido no seu interior, evitando que se misture com a bebida líquida, resultado da infusão. Na imagem, também é possível perceber uma abertura lateral que serve para a retirada do material sólido e a limpeza do dispositivo”, esclarece o inventor.

Para o Prof. Afrânio Silva, o desenvolvimento da caneca é importante porque poderá possibilitar a diminuição da produção de lixo à base de polímeros jogado no meio ambiente. Além disso, minimizar o desperdício de chá e de café, promovendo economia para os consumidores. Segundo ele, atualmente os filtros para coar chá e café presentes no mercado são de papel ou de materiais similares fabricados a partir de polímeros, macromoléculas formadas de unidades estruturais menores e muito poluentes.

O plástico é, talvez, um dos polímeros sintéticos mais famosos. Estudo de autoria do consultor legislativo do Senado Joaquim Maia Neto, intitulado Contribuições do Poder Legislativo no Combate à Poluição Causada por Plástico e divulgado no ano passado, concluiu que o crescente aumento da poluição do meio ambiente pelo plástico indica a necessidade de uma legislação nacional sobre o tema.

Relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente publicado às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26), que aconteceu entre 1º e 12 de novembro de 2021, na cidade de Glasgow, na Escócia, mostrou que, em 2015, as emissões de gases do efeito estufa causadas por plásticos eram equivalentes a 1,7 gigatoneladas de gás carbônico. O estudo projeta que essas emissões devem subir para 6 gigatoneladas e meia de CO2 até 2050.

A caneca que dispensa coador no preparo de chá e café também poderá ser fabricada em louça, produto de cerâmica de pasta porosa e esmaltada usado para fins diversos e, especificamente, na fabricação de objetos domésticos. “Não foram realizados testes porque existe lógica no funcionamento do dispositivo. O pedido de depósito da patente foi realizado em 27 de dezembro de 2019”, informa o inventor Afrânio Silva.

Cada vez mais os brasileiros têm tomado chá. Balanço realizado pela Euromonitor International, empresa de pesquisa de mercado com sede em Londres, aponta que o consumo de chá no Brasil cresceu 25% entre 2013 e 2020, quase o dobro da média mundial, de 13%. Em contrapartida, indica que o consumo regular de bebidas gaseificadas no país apresentou queda de 53% entre 2007 e 2018.

Já o consumo de café no Brasil permanece em alta e cresceu 1,7% em 2021, segundo pesquisa divulgada pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), em 6 de abril deste ano. O país, segundo consumidor global de café, consumiu 21,5 milhões de sacas de 60 kg no último ano.

 

 

Agência UFPB

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