O ex-governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), concedeu uma entrevista ao programa Bastidores, apresentado pelo Padre Albeni Galdino, ontem à noite. Em vista da abordagem feita pelo prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo (PMDB) na noite anterior, Cássio não pôde deixar de comentar as críticas do peemedebista, que se queixou de ter sido "tripudiado" após a cassação de seu mandato pelo tucano. Cássio negou que tenha feito abordagens jocosas a respeito da cassação de Veneziano, mas concordou com o prefeito a respeito das diferenças entre ambos os processos.
– Não fui cassado por captação ilícita de recursos. A acusação que sofri é de que teria havido o uso promocional de um programa do Governo em favor dos mais pobres. Nas minhas entrevistas, fazia a diferença entre a punição que sofri e da punição que o prefeito recebeu. São casos totalmente diferentes. Não houve tripudiação, nem qualquer tentativa de tirar proveito da situação, que não deve ser comemorada por ninguém.
Outro tema abordado foi a possibilidade de inserção do pai do ex-governador, Ronaldo Cunha Lima (PSDB) e do tio, Ivandro, na chapa majoritária. Indagado a respeito do "excesso de Cunha Lima", Cássio afirmou que seu pai não atenderá o convite de Efraim Morais:
– Ronaldo não será candidato neste pleito, por mais fidalgo que seja o convite de Efraim. Ivandro pleiteia a vaga de deputado estadual e tem o nome lembrado para compor a vice de Ricardo Coutinho.
Cássio declarou que as conversas com Cícero Lucena já chegaram a um desfecho, apoiadas pela cúpula do PSDB. Segundo ele, a decisão do partido sobre a candidatura própria ou apoio do PSDB a Ricardo Coutinho já foi tomada:
– Posso dizer de forma clara que a decisão está tomada. O PSDB já tem um posicionamento para as eleições e o que falta é o anúncio, que cabe a Cícero Lucena fazer.
Em outro ponto da entrevista, Cássio comparou o episódio ao final de uma novela que já foi gravado, mas ainda falta ser veiculado no ar.
A respeito do ex-senador Ney Suassuna, o ex-governador confirmou que manteve uma reunião com ele e com Ricardo Coutinho antes do segundo encontro das oposições, em Campina Grande, no último sábado, mas negou que Suassuna possa ser seu suplente nas eleições de outubro próximo. Segundo Cássio, a intenção de Ney é disputar uma vaga para o Senado e isso tem gerado um impasse na coligação, que já está fechada com dois postulantes: ele próprio e Efraim Morais (DEM):
– Nesta coligação, apenas dois candidatos podem ser apresentados. Seria necessário uma outra solução, que não fosse essa coligação, o que traz dificuldades para o projeto de eleição proporcional do PP, que poderá comprometer outros cargos em disputa para viabilizar a candidatura de Ney para o Senado.