O deputado federal Frei Anastácio (PT/PB) acusa o Ministério da Economia de ignorar a pandemia, em orçamento para 2021, para atender ao negacionismo do Presidente da República. “Não adianta inventar desculpa, até uma criança sabia que a pandemia não teria fim este ano.Esse foi mais um crime cometido pelo governo”, disse o deputado.
Frei Anastácio chamou de desculpa “esfarrapada”, o motivo alegado pelo Ministério da Economia em ofício enviado à CPI da Covid. “Dizer que achou que em 2021 a pandemia já teria acabado, é subestimar a inteligência do povo e dos membros da CPI da Covid no Senado. Essa desculpa fake não convence ninguém consciente no planeta”, afirmou.
O deputado relata que em todo mundo havia alertas e estudos mostrando que a pandemia seria duradoura. ”E aí entra uma pergunta: como a pandemia iria acabar em 2021, se em 2020 Bolsonaro não fez o mínimo esforço para combater a Covid? Na verdade, isso mostra a total falta de respeito desse governo genocida com o povo brasileiro”, disse.
Frei Anastácio lembra ainda que no orçamento enviado à Câmara não há nenhuma citação sobre a pandemia, nem destinação de recursos para combater a doença, nem tampouco para recuperação da economia.
“A peça orçamentária foi feita como se nada de anormal estivesse acontecendo no país. Enquanto isso, milhares de pessoas já morreram e continuam morrendo e, mesmo assim, ainda são ignoradas pelo governo. São mortes que poderiam ter sido evitadas, se Bolsonaro não tivesse recusado tantas propostas de compra de vacinas no ano passado. As vidas perdidas dessas pessoas não podem ficar impunes”, afirmou.
O parlamentar lembra que todo o orçamento gasto para combater a pandemia, este ano, será retirado do crédito extraordinário, que deve ser usado para gastos urgentes e imprevisíveis, que não é o caso da pandemia.
“Essa ação do Governo mostra um descaso intencional. Mesmo os países que já estavam com a negociação de vacinas em andamento, no final do ano passado, previam que a pandemia ainda duraria por meses no ano de 2021. Já Bolsonaro, sem comprar vacinas, achou que o vírus iria embora em um passe de mágica quando o ano de 2021 entrasse. Isso é conversa para boi dormir”, criticou.
Mortes
O deputado citou que de acordo com pesquisa do Dieese, apenas nesse primeiro trimestre, o número de desligamentos por mortes de funcionários com carteira assinada aumentou 71% em relação ao primeiro trimestre de 2020, quando a pandemia ainda estava chegando ao Brasil.
“São mais de 430 mil vidas perdidas. Imagine quantas dessas pessoas ainda poderiam estar vivas, se Bolsonaro não tivesse recusado tantas ofertas de vacina”, lembrou.