Já faz tempo que leio reportagens, publicadas por veículos de comunicação daqui da capital paraibana, em que consta a informação de que “João Pessoa é a 3ª cidade mais antiga do país”.
A mais recente vez em que li tal informe foi na reportagem “Centro Histórico: berço da cidade será revitalizado”, veiculada em A União, edição do domingo 31-01-2021. E nessa reportagem há um tópico que bem enfatiza João Pessoa como a “Terceira cidade mais antiga do país”. Entretanto, no respectivo texto deixa claro a ela se referir como cidade/capital (“João Pessoa ocupa o posto de terceira capital mais antiga do país”).
Por conta de reportagens anteriores que não esclareciam aludir-se a “cidade/capital”, eu já pesquisara para saber quais as 10 cidades mais antigas do país… e na lista não consta João Pessoa. Constam Cananéia/SP, São Vicente/SP, Olinda/PE, Vila Velha/ES, Igarassu/PE, Recife/PE, Iguape/SP, São Mateus/ES, Salvador/BA e Vitória/ES.
Desta feita, considerando que a matéria de A União diz mencionar João Pessoa como cidade/capital, citando-a como a 3ª mais antiga do país, recorri ao “Google” para saber quais a 1ª e 2ª classificadas.
Como 1ª mais antiga consta Recife/PE, fundada em 1537; a 2ª corresponde a Salvador/BA, de 1549; e a 3ª não é João Pessoa… e, sim, Vitória/ES, fundada em 1551. Quer dizer: – João Pessoa é a 3ª cidade/capital mais antiga no âmbito do Nordeste, ela fundada em 1585. Antes dela, fundadas em 1551, 1554 e 1565, respectivamente, estão Vitória/ES, São Paulo/SP e Rio de Janeiro/RJ. João Pessoa classifica-se, portanto, como a 6ª cidade/capital mais antiga do país, sendo – repetindo – a 3ª cidade/capital mais antiga do Nordeste. E aí imagino ser muito importante, caso estes dados que levantei via “Google” estejam corretos, que órgãos como Funjope, SEC/JP e Setur/JP adotem providências no sentido de que a história da cidade de João Pessoa seja exaltada e bem divulgada com os informes incontestáveis.
Claro que “não pega bem” a um órgão que cuida da cultura da cidade, como a Funjope, deixar que sobre esta cidade divulgue-se informe histórico não correspondente à verdade.
Também “não pega bem” a uma secretaria de educação (SEC-JP) deixar que se passe aos estudantes, de sua rede e das demais, algum dado histórico não verdadeiro.
Por fim, e por óbvio, uma secretaria de turismo (Setur-JP) igualmente não quer ver distorcidos os informes sobre a cidade que ela tanto se empenha em promover.
