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Casa Branca fica às escuras em nova noite de violência nos EUA

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As luzes da Casa Branca, residência oficial do presidente dos Estados Unidos, foram apagadas neste domingo (31), como medida de segurança durante a sexta noite de uma série protestos contra violência policial e racismo no país.

O presidente Donald Trump e sua família foram levados na sexta-feira (29) a um abrigo subterrâneo geralmente usado durante ataques terroristas, de acordo com o jornal americano The New York Times.

Além da capital, Washington, pelo menos 40 cidades americanas decretaram toques de recolher, o que não impediu milhares de manifestantes de voltarem às ruas em meio à pandemia de coronavírus.

Os atos começaram como manifestações pacíficas depois que um homem negro desarmado, George Floyd, morreu sufocado por um policial branco, que ajoelhou sobre o pescoço dele, no chão, em Minneapolis.

À medida que as manifestações se alastraram pelo país, no entanto, inúmeros embates entre policiais e manifestantes passaram a ser registrado, e lojas foram incendiadas e saqueadas.

Na maior parte do domingo, as manifestações seguiram pacíficas, como, por exemplo, em uma marcha em Nova York. Houve, porém, já no fim da tarde, confrontos entre ativistas e agentes de segurança na Filadélfia, em Santa Monica e em San Diego.

Em Minneapolis, um caminhão-tanque avançou sobre os ativistas, mas ninguém ficou ferido, segundo uma testemunha da agência de notícias Reuters. O motorista foi retirado do caminhão e espancado.

Em várias cidades, manifestantes quebraram vidros de lojas e atearam fogo a estabelecimentos, e a polícia usou balas de borracha e gás lacrimogêneo para dispersar a multidão. Jornalistas e manifestantes pacíficos também foram alvos de policiais.

Em um vídeo de Minneapolis, um veículo militar da Guarda Nacional trafega em uma rua, seguido de policiais usando equipamento de combate.

Um dos policiais manda residentes ficarem dentro de suas residências e depois grita “põe fogo neles” antes de atirar com balas de borracha contra um grupo de pessoas na frente de uma casa. O toque de recolher na cidade permite que os moradores fiquem na frente de suas casas.

Em Nova York, a polícia prendeu cerca de 350 pessoas entre a noite de sábado e a madrugada de domingo, e 30 policiais tiveram ferimentos leves.

O prefeito Bill de Blasio afirmou que a conduta dos policiais está sendo investigada. Também serão examinados vídeos mostrando um veículo da polícia avançando em uma multidão de manifestantes que estava jogando entulho no carro, no bairro do Brooklyn.

De Blasio afirmou que não viu um vídeo em que um policial tira a máscara de um manifestante que está com as mãos para cima e atira spray no rosto dele, possivelmente de gás de pimenta.

A filha do prefeito chegou a ser detida pela polícia de Nova York por participar de uma assembleia ilegal na noite de sábado (30), mas foi liberada.

A pequena distância entre os manifestantes, e o fato de alguns não usarem máscara, gerou preocupações quanto a uma ressurgência da Covid-19, que já matou mais de 100 mil pessoas nos EUA.

Cidades como Atlanta, Los Angeles, Chicago, Seattle, Filadélfia, Denver, Cincinnati, Cleveland, Boston, Salt Lake City e Portland foram palco de tumultos envolvendo manifestantes e policiais. Em Dallas, um grupo de pessoas foi flagrado em um vídeo batendo no dono de uma loja, que os perseguiu com um machete.

Minneapolis teve a quinta noite seguida com incêndios, saques e vandalismo. O governador do estado afirmou no sábado (30) que estava acionando toda a Guarda Nacional de Minnesota pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial. Pelo menos outros 14 estados também convocaram a Guarda Nacional para ajudar a reprimir protestos violentos.

Milhares de pessoas se reuniram na cidade de St. Paul, vizinha a Minneapolis, no domingo à tarde. “Não existe uma única resposta, mas, para começar, precisamos aprender a sermos sinceros uns com os outros”, disse Philip Holmes, um ativista comunitário de 66 anos, ao lado de manifestantes com cartazes do movimento “Black Lives Matter” (vidas negras importam).

Cerca de 170 lojas em St.Paul foram saqueadas, e muitas delas incendiadas.

“Estamos vendo em St.Paul e em todo o país um nível de raiva e indignação que é legítimo, ao assistirmos ao vídeo horrível de George Floyd sendo sufocado até a morte”, disse o prefeito de St. Paul, Melvin Carter, à CNN no domingo. “Infelizmente, essa raiva vem sendo manifestada de formas inaceitáveis e destrutivas.”

Enquanto cobriam os protestos em Minneapolis no sábado à noite, dois integrantes da Reuters TV foram atingidos por balas de borracha, e a câmera de um fotógrafo da agência de notícias foi quebrada, evidenciando os crescentes ataques contra os jornalistas.

Em resposta aos protestos, a rede Target anunciou que vai fechar cem lojas, 30 delas no estado de Minnesota.

O presidente Donald Trump, que chamou os manifestantes de “bandidos”, não vai federalizar nem assumir o controle da Guarda Nacional por enquanto, afirmou o conselheiro de segurança nacional, Robert O’Brien, no domingo.

No domingo, o presidente retuitou a mensagem de um radialista conservador que afirmava: “Isso não vai parar até que as pessoas boas estejam dispostas a usar força esmagadora contra os bandidos.”

O ex-vice-presidente e virtual candidato presidencial democrata para as eleições de novembro, Joe Biden, anunciou que esteve presente no sábado (30) em uma manifestação contra o racismo que ocorreu em seu estado, Delaware.

Em Boston, os protestos vinham sendo pacíficos, mas manifestantes atiraram garrafas em policiais e incendiaram uma viatura.

Na costa oeste dos EUA, houve confrontos em Portland, onde imagens de TV mostraram pequenos incêndios enquanto a polícia usava gás lacrimogêneo contra manifestantes que disparavam fogos de artifício.

Em Santa Monica, na Califórnia, lojas de luxo foram saqueadas. No subúrbio de Long Beach, em Los Angeles, um grupo quebrou vitrines de um shopping e saqueou lojas antes do toque de recolher iniciado às 18h do domingo (31).

“Por favor, voltem para casa cedo, fiquem em casa. Devemos voltar ao urgente, que é a construção da justiça, não queimar a cidade”, afirmou o prefeito de Los Angeles, Eric Garcetti, à emissora CNN.

A prefeita de Atlanta, Keisha Lance Bottoms, comparou a situação atual com os confrontos de Charlottesville, em que confrontos entre supremacistas brancos e antifascistas causaram uma morte e dezenas de feridos em agosto de 2017. “O presidente piora as coisas”, disse a prefeita à CBS.

Os pedidos para o fim da brutalidade policial contra negros se estenderam para outros países. Em Londres, centenas de pessoas ocuparam a praça Trafalgar no domingo entoando “sem justiça não há paz”.

Uma multidão de manifestantes pediu que a justiça seja feita contra os policiais brancos, em ato na frente da embaixada americana em Berlim.

Também foram registrados protestos na Nova Zelândia, Austrália e Holanda.

A prisão do policial Derek Chauvin na sexta-feira (29), sob acusação de assassinato, não é suficiente, na visão dos manifestantes. A expectativa é de que os três policiais que assistiram à cena de Floyd sendo sufocado e não fizeram nada para evitar recebam acusações em breve.

 

Folha de S. Paulo

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