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Mais um veículo de comunicação suspende cobertura no Alvorada

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Após a escalada de hostilidades de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em relação a jornalistas fazendo seu trabalho, o Metrópoles decidiu suspender a cobertura diária que faz desde o início deste governo em frente ao Palácio da Alvorada.

A medida foi tomada na noite desta segunda-feira (25), e une-se às decisões de outras empresas jornalísticas, como o Grupo Globo (que reúne veículos como o portal G1, os jornais o Globo e Valor Econômico e a TV Globo), a Folha de S.Paulo e a Band. O Estadão não se manifestou oficialmente, mas o Metrópoles apurou que o jornal não irá enviar repórteres nesta terça-feira (26/05) para a porta do Alvorada. No caso do portal Metrópoles, a suspensão perdurará enquanto o clima de hostilidade continuar e não houver condições para que os profissionais de imprensa possam trabalhar em segurança.

Embora a agressividade dos seguidores de Bolsonaro tenha tornado-se comum nos últimos meses, sem qualquer manifestação contundente do governo ou ação para garantir a segurança dos profissionais que acompanham as idas e vindas do presidente da residência oficial, o grau de ferocidade dos ataques subiu mais um degrau nesta segunda.

Jornalistas no Alvorada foram alvo de insultos como “comunistas, escória, ratos, comprados, lixo” quando Bolsonaro deixou o palácio para ir ao Planalto, pela manhã. Sempre aos berros, com os militantes bolsonaristas quase entrando no espaço reservado para o trabalho da imprensa – e separado apenas por um grade baixa. Em nenhum momento os seguranças do Alvorada interromperam as manifestações.

Bolsonaro deixou o Palácio do Planalto pouco antes do meio-dia e seguiu até o Ministério da Defesa para um almoço com o ministro Fernando Azevedo. Enquanto o presidente estava no interior do edifício, vários apoiadores o esperavam, de maneira silenciosa, do lado de fora.

Assim que o comboio partiu, o grupo, entre eles membros do acampamento bolsonarista “300 do Brasil”, que defende táticas militares para apoiar o atual presidente, partiu novamente para cima dos profissionais de imprensa. As palavras usadas eram as mesmas utilizadas para ofender repórteres no Alvorada.

Em um determinado momento (veja abaixo), entretanto, um apoiador quase partiu para a violência física contra os jornalistas – e, sem máscara, ficou a um palmo do rosto de um dos repórteres que cobria a visita do presidente.

“Sem condições mínimas para que jornalistas exerçam suas atividades em segurança, tomamos a decisão de aderir ao movimento iniciado pelo Grupo Globo e pela Folha de S.Paulo de interromper a cobertura na porta do Palácio da Alvorada e onde mais houver risco iminente para os profissionais da imprensa. Isso não significa que estaremos menos atentos às ações do presidente, de ministros ou de grupos que os apoiam. Pelo contrário. Reforçaremos com vigor a cobertura que permitirá aos cidadãos conhecer o governo e seus movimentos”, disse Lilian Tahan, diretora-executiva do portal Metrópoles.

A direção da Polícia Civil do Distrito Federal afirmou ao Metrópoles que a PCDF reforçou o monitoramento sobre o grupo que se intitula “300 do Brasil” e tem liderado ataques físicos e verbais a cidadãos que se opõem ao governo Bolsonaro e jornalistas em atividade.

Os xingamentos só cessaram após interferência da Polícia Militar. Um militar chegou a empunhar um spray de pimenta para que um bolsonarista cessasse a agressão, que foi encerrada antes do seu uso.

Os ataques geraram repúdio nas redes sociais e das entidades classistas. Entre elas, o Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal, que publicou o vídeo dos ataques em suas redes.

ABI apoia suspensão da cobertura

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) emitiu uma nota oficial na noite desta segunda parabenizando a decisão dos veículos de comunicação, por acreditar que a escalada de violência dos ataques de bolsonaristas a jornalistas exige providências. O texto é assinado pelo presidente da ABI, Paulo Jeronimo de Sousa.

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