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Ricardo revela mágoa, cita “loteamento” do Estado e “ingratidão” de aliados

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O ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), revelou mágoa com vários companheiros de partido em meio à crise estabelecida entre ele e o governador João Azevedo. As declarações foram dadas durante entrevista à Rádio Cultura FM de Guarabira, aos apresentadores Rudney Araújo, Edcarlo Monteiro, Martins Jr. e Rodrigo Souza.

Nominalmente, Ricardo citou Nonato Bandeira e Edvaldo Rosas como responsáveis pela “coação” de socialistas dissidentes de seu grupo. Ele afirmou que a renúncia coletiva foi um instrumento válido para que não houvesse “a pressão da caneta do Governo” sobre os membros do diretório estadual do PSB da Paraíba.

Ricardo ainda declarou que não acredita que a debandada que se projeta no PSB seja ocasionada pela mudança que o levou à condição de presidente da comissão provisória desde a última segunda-feira. Para ele, se realmente houver uma saída maciça de filiados, o motivo será outro. “Isso não tem verdade. Se essa saída for verdade, essas pessoas já estavam com isso por outros motivos que não estão evidentes. O partido é muito maior do que isso, o partido vai se renovar, eleger prefeitos e eu tenho compromisso com os meus companheiros de participar diretamente das campanhas porque eu confio neles e também porque as pessoas entendem o que o PSB fez”.

Sem mencionar os nomes, Ricardo ainda apontou a “ingratidão” do presidente da Assembleia, Adriano Galdino e do ex-líder de seu governo na Assembleia, Hervázio Bezerra. Confira os principais trechos:

EDVALDO ROSAS E A PRESIDÊNCIA DO PSB

Ao sair do governo, eu disse a Edvaldo Rosas para cuidar do partido e das eleições de 2020 e já que teria muitas mudanças, como o fim das coligações proporcionais. Teria que ver como seria o financiamento, as mídias sociais. Mas, nada foi feito. A maioria das comissões do partido já tinha caducado e quando Edvaldo foi chamado para ser secretário, imaginamos ser natural ele se licenciar. Imagine, o prefeito chegar para ser recebido pelo governador e ao propor isso, a quem o ex-presidente Edvaldo Rosas representaria? O partido ou o Governo? Ele talvez tenha sido orientado e quis ficar no partido e no governo. Com isso, o partido estaria atrelado a não crescer. Então, num gesto democrático e corajogo, a maioria do diretório renunciou. Foi um ato pessoal. Não teve golpe. Com a renúncia, assim como no parlamentarismo, o governo cai e foi nomeada uma comissão provisória. Por unamidade, e todos falaram na reunião da executiva nacional, recebi a tarefa e o trabalho de presidir o partido e reorganizar o partido para as eleições 2020. Eu disse que aceitava e trabalharia nesta direção. Houve essa celeuma e eu não entendo como eu servi para eleger um governador, senador, 22 deputados estaduais, 6 federais, mas não sirvo para presidir um partido que eu, modéstia à parte, estruturei aqui no estado. É difícil até das pessoas acreditarem.

CRISE DO PSB, COAÇÃO E LOTEAMENTO DO ESTADO

O PSB, como todo partido que está no governo, acumula uma certa gordura. Tem muita gente que está no PSB, mas não é do PSB. A saída de uns e a chegada de outros é um movimento natural, mas hoje tem e no meu tempo não existia, porque sei separar as coisas, uma interferência muito grande de alguns que compõem o governo. Tem uma interferência muito grande em relação ao PSB para com a imprensa e basta ver os blogs e escutar os programas de João Pessoa e é um horror, parece que os caras desistiram de fazer jornalismo e partiram para uma deturpação generalizada, criando um clima artificial. Aí vem alguns deputados que só estão onde estão, modéstia à parte, por causa desse companheiro que está aqui falando, e me devem muita coisa, e eu nunca irei cobrar nada, ficam falando bobagens e dizendo coisas que não são verdadeiras. Eu tenho legitimidade de presidir o partido por razões óbvias. Aí, dizem que foi por causa do método. Quem já viu alguém abandonar o partido pelo qual se elegeu por causa do método que eu usei? Eu sou presidente porque a maioria renunciou. Isso foi um ato pessoal e acabou. Jânio Quadros quando renunciou, não voltou da renúncia, porque ninguém volta. Isso não foi feito em uma grande assembleia por uma razão muito simples: se deu essa confusão, imagine a pressão da caneta, do governo, se fosse abrir uma discussão de semanas ou meses se haveria renúncia ou não? Claro que as pessoas seriam coagidas por Nonato Bandeira, Edvaldo Rosas e outros de menor significância. Não adianta vender a tese de que foi antidemocrática. Foi algo consciente para que o partido tivesse esse choque de rejuvenescimento. Se essa saída for verdade, essas pessoas já estavam com isso por outros motivos que não estão evidentes. O partido é muito maior do que isso, o partido vai se renovar, eleger prefeitos e eu tenho compromisso com os meus companheiros de participar diretamente das campanhas porque eu confio neles e também porque as pessoas entendem o que o PSB fez. Não existe essa crise do tamanho que se fala. Alguns estão alimentando a crise achando que vão ficar com pedaços maiores desta estrutura chamada Governo. É uma relação de ocasião, de conveniência. E essas pessoas sempre querem mais, querem um pedaço maior. Relação verdadeira é aquela que aposta nas pessoas, que faz com que elas subam sem pedir nada em troca, abrindo mão, como eu abri, de um mandato de senador em nome da continuidade de um projeto, que não é só dar a caneta a alguém. Continuidade de projeto é manter a mesma relação política. Não podemos voltar a uma época em que o Estado era dividido em feudos, cada deputado tinha um pedaço do Estado. Eu apostei muito naqueles prefeitos, nas lideranças municipais. Esse ano, essa feudalização foi feita. Eu alertei ao governador, mas isso foi feito pelo então secretário de Governo que hoje é de Comunicação, Nonato Bandeira, que loteou o Estado e o Governo hoje está refém da maioria da Assembleia. Mas, eu avisei. São essas coisas que precisam ser ditas!

ADRIANO GALDINO, RICARDO BARBOSA E HERVÁZIO BEZERRA

A ingratidão é um sentimento que é permanente na história da humanidade. Há pessoas que se não fosse a minha convivência e a minha determinação não teria conseguido chegar onde chegaram. Tem gente que não conseguia passar de uma suplência e com meu auxílio e os reflexos do governo que comandei, deixaram de ser eternos suplentes para serem titulares de mandatos. Teve gente que eu escolhi para alçarem cargos mais altos no parlamento. A escolha foi minha, colocada na minha mão numa reunião de deputados, para presidir… mas, é isso mesmo. Eu acho que eu sou um empecilho à velha política, de loteamento, de chegar nos lugares achando que manda em tudo e que não gosta da participação popular a não ser nas fotos. Eu gostarei de ser assim até o fim da vida. Mas, eu compreendo tudo isso. Nunca me deixei envaidecer pelo exercício do poder.

PAZ?

Depende de quem falou alguma coisa. Eu olho para frente e vou conduzir o partido por um determinado tempo. Quem for grato e compreender a importância do PSB para a história da Paraíba, será bem-vindo.

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